Se me perguntam de qual destino eu mais gosto no Japão, a resposta vem em milissegundos: Kyoto. Não que não goste de Tóquio ou Osaka, por exemplo, mas Kyoto tem um quê especial que faz com que eu continue voltando, em qualquer época do ano.
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Enquanto Tóquio esbanja modernidade, grandeza e dinheiro, Kyoto oferece aos seus visitantes a mais genuína e charmosa materialização da cultura e da tradição desse país tão peculiar. A antiga capital do Japão é berço de rituais milenares, templos, santuários, jardins e palácios deslumbrantes – com todos os méritos, está listada entre os patrimônios da humanidade da Unesco. Somando-se a todos esses inúmeros atrativos, um hotel que vem ganhando prêmio atrás de prêmio, desde sua recente inauguração, é outro grande responsável por me levar de volta àquela encantadora região do país.
Na primeira vez que estive em Kyoto, em setembro de 2015, fiquei hospedado no então novo e comentadíssimo Ritz-Carlton – logo após a inauguração, em 2014, o hotel foi citado em diferentes listas de melhores novidades hoteleiras do mundo; de lá para cá, ele continua na minha lista pessoal de melhores hotéis onde já me hospedei.
Parece que minha preferência faz sentido: no início de 2018, o Ritz-Carlton Kyoto conquistou avaliação máxima no exigente FORBES Travel Guide, tornando-se o único hotel da região de Kansai a compor o seleto e prestigioso grupo de hotéis cinco estrelas do FTB.
Veja, na galeria de fotos abaixo, os destaques do Ritz-Carlton Kyoto:
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Divulgação A EXPERIÊNCIA
Sentado serenamente nas margens do Rio Kamogawa – ou Rio dos Patos –, com vista deslumbrante para as montanhas Higashiyama, o Ritz-Carlton Kyoto redefine o luxo em uma cidade que por si só transcende as expectativas. Com 134 quartos e suítes decorados com bom gosto, o resort reflete as tradições consagradas pelo tempo – a cultura japonesa em estilo ryokan, que combina toda essa herança com o luxo moderno. O menor quarto, batizado de Deluxe, tem 48 metros quadrados – muito espaçoso, principalmente para os padrões nipônicos. A suíte mais exclusiva (e maior) da propriedade é a The Ritz-Carlton (foto), com seus impressionantes 212 metros quadrados, onde tudo é milimetricamente pensado para garantir que a sensação de conforto e bem-estar impere.
Segundo os proprietários, o hotel foi projetado e construído a partir de cinco conceitos: Utage (festividade), Seido (serenidade e movimento), Miyabi (elegância), Hana (esplendor) e Nagomi (harmonia). O design e a decoração dos ambientes abrigam uma coleção extensa de arte contemporânea de autoria de artesãos locais: são cerca de 400 obras inspiradas pelo milenar Conto de Genji, considerado a primeira narrativa literária japonesa. O design é contemporâneo, sem ignorar os elementos culturais do Japão – como vasos do tipo “shippo”, originários de Kyoto. No banho, os hóspedes têm à disposição a vestimenta yukata (típico quimono mais casual e de verão), robes Imabari e pantufas. Todos os quartos contam com amenidades especiais – sabonetes feitos à mão da respeitadíssima marca Shabon-ya e roupas de cama de algodão 600 fios. Um serviço atencioso 24 horas complementa a experiência.
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Divulgação Localizado no coração de uma cidade famosa pelos seus templos zen, seus palácios e jardins, o Ritz-Carlton oferece uma ampla gama de programações customizadas para seus hóspedes, que devem ser agendadas com antecedência. Para os interessados em esportes, é possível reservar passeios de bicicleta guiados, escalada, corrida e exercícios matinais ao ar livre. Se a opção for mergulhar na cultura japonesa, é possível passar uma manhã dentro do templo Myokaku-ji (foto) ouvindo o canto dos monges e o som de tambores, enquanto se aprecia um tradicional – e, para nosso paladar ocidental, exótico – café da manhã japonês (composto por arroz, missô, peixe e alga tipo nori seca).
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Divulgação A verdadeira gastronomia japonesa, por sinal, é surpreendente. Dentro do Ritz-Carlton estão instalados quatro dos melhores restaurantes dedicados à culinária clássica local, com algumas opções internacionais. O Kaiseki Mizuki (foto) (kaiseki é uma refeição de pequenos pratos com diversos tempos e técnicas antigas originárias da própria região de Kyoto) baseia-se na tradição Go-mi, Go-shiki, Go-ho (cinco sabores, cinco cores e cinco modos de cozinhar).
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Divulgação Já o Tempura Mizuki (foto), que em 2017 alcançou uma estrela no Guia Michelin, adota o estilo Kappo (onde os pratos são preparados diante dos clientes) e abriga apenas oito pessoas em seu balcão. O Teppan Mizuki serve carnes e frutos do mar em um ambiente intimista e com cozinha aberta. Apesar de não ficar em Tóquio – o berço do sushi –, o elegante Sushi Mizuki não deixa a desejar: as delicadas peças são preparadas respeitando as técnicas antigas e tradicionais do estilo Edo, que surgiu por volta de 1820.
Ali, sentado no balcão e interagindo com o simpático sushiman – que mal falava inglês, mas que pedia para eu ensinar palavras em português para ele – experimentei um dos mais saborosos e bem preparados sushis da minha vida. “Arigatô”, agradeci, ao sair. “De nada”, respondeu ele, praticando seu recém-aprendido idioma.
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iStock PARADAS OBRIGATÓRIAS
Alguns pontos turísticos da cidade são imperdíveis. A quantidade de templos é impressionante. Um passeio pelo icônico Golden Temple (templo Ginkaku-Ji) vale não só por sua longa história (ele data do século 15) como também por seu jardim. O mais antigo santuário de Kyoto, Kamigamo Shrine, foi construído em 678 e tem já em sua entrada um imponente portão – segundo a tradição, o deus que lá habita protege os visitantes contra desastres, o azar, a miséria e doenças graves. A Vila Imperial Katsura, por sua vez, é considerada por muitos o mais bonito jardim do Japão. Construída no século 17, tem em seu interior obras de arte e muito trabalho manual, além de uma casa de chá tradicional do período Edo. Não podem ficar de fora também alguns dos símbolos maiores da cidade, como o templo Kiyomizu-Dera (foto) e a Floresta de Bambu de Arashiyama (foto a seguir).
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Divulgação Alguns períodos do ano tornam a viagem a Kyoto ainda mais especial. A cidade é sede dos três mais animados e coloridos festivais do país, conhecidos como matsuris. Em 15 de maio, é celebrado o Aoi, com uma parada que celebra o período Heain (entre 794 e 1185). Em julho, o Gion perdura pelo mês inteiro; em outubro, o Jidai, também conhecido como Festival das Eras, é celebrado no dia 22 – data da mudança da capital japonesa para Tóquio, no ano de 1868.
Motivos não faltam para você se juntar a mim e colocar Kyoto no topo de seu próximo roteiro de viagem. Me agradeça depois.
A EXPERIÊNCIA
Sentado serenamente nas margens do Rio Kamogawa – ou Rio dos Patos –, com vista deslumbrante para as montanhas Higashiyama, o Ritz-Carlton Kyoto redefine o luxo em uma cidade que por si só transcende as expectativas. Com 134 quartos e suítes decorados com bom gosto, o resort reflete as tradições consagradas pelo tempo – a cultura japonesa em estilo ryokan, que combina toda essa herança com o luxo moderno. O menor quarto, batizado de Deluxe, tem 48 metros quadrados – muito espaçoso, principalmente para os padrões nipônicos. A suíte mais exclusiva (e maior) da propriedade é a The Ritz-Carlton (foto), com seus impressionantes 212 metros quadrados, onde tudo é milimetricamente pensado para garantir que a sensação de conforto e bem-estar impere.
Segundo os proprietários, o hotel foi projetado e construído a partir de cinco conceitos: Utage (festividade), Seido (serenidade e movimento), Miyabi (elegância), Hana (esplendor) e Nagomi (harmonia). O design e a decoração dos ambientes abrigam uma coleção extensa de arte contemporânea de autoria de artesãos locais: são cerca de 400 obras inspiradas pelo milenar Conto de Genji, considerado a primeira narrativa literária japonesa. O design é contemporâneo, sem ignorar os elementos culturais do Japão – como vasos do tipo “shippo”, originários de Kyoto. No banho, os hóspedes têm à disposição a vestimenta yukata (típico quimono mais casual e de verão), robes Imabari e pantufas. Todos os quartos contam com amenidades especiais – sabonetes feitos à mão da respeitadíssima marca Shabon-ya e roupas de cama de algodão 600 fios. Um serviço atencioso 24 horas complementa a experiência.
Reportagem publicada na edição 59, lançada em maio de 2018