A Suíça é tão linda que basta olhar ao redor e parece que estamos dentro de uma paisagem de cartão-postal. Essa sensação é ainda maior quando viajamos entre uma cidade e outra a bordo de seus confortáveis e pontualíssimos trens. “Basta se acomodar, relaxar e aproveitar a vista.” É com essa convicção que Maurus Lauber, CEO da Swiss Travel System AG, defende, apoia e trabalha para que o uso do transporte público em seu país – principalmente entre os turistas – cresça e siga melhorando. A menina dos olhos do sistema de transportes é, sem dúvida, sua malha ferroviária.
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Ela começou a ser construída há cerca de cem anos – um pouco tardia em relação a outros países europeus. Hoje são 29 mil quilômetros de ferrovias, estradas e hidrovias, em uma rede de transporte extremamente organizada. Se é mundialmente conhecida a fama de pontualidade dos britânicos, a coordenação e o respeito aos horários dos trens na Suíça não ficam atrás. Os brasileiros, pouco habituados com essa qualidade em seu país natal, mostram-se cada vez mais curiosos: só no último ano, o número de visitantes do Brasil que viajaram de trem pelo país alpino aumentou 46%.
“Na verdade, o sistema de trens na Suíça foi feito para os moradores locais. Mas, já que estão ali, nós podemos criar atrativos. Quase todas as linhas dispõem de algo diferente para o público”, conta Lauber, de olho no aumento do fluxo de turistas.
Uma das grandes novidades é o roteiro do Grand Train Tour of Switzerland, que une oito rotas que atravessam cenários belíssimos. O viajante pode escolher entre roteiros de quatro a oito dias. Para simplificar a vida do turista, todos os trechos estão inclusos no Swiss Travel Pass, que, segundo o CEO, “é como a porta para a Disneyland da Suíça”. O passe, adquirido conforme a duração da viagem, permite o uso de todo o sistema de transporte público, dá acesso a mais de 500 museus e descontos nas montanhas de esqui. Hoje não me imagino indo à Suíça sem portar o Swiss Travel Pass. Com ele me locomovo entre todas as regiões do país e dentro das cidades, via trens, barcos e trams municipais. A integração é total e praticamente perfeita.
Em minha última viagem de férias de inverno com a família, decidimos cruzar o país quase inteiro de trem e barco – éramos dois adultos, uma adolescente e duas crianças, com pelo menos duas malas cada um. Confesso que pensar na logística disso tudo me dava frio na barriga – às vezes, as conexões são curtas, pode haver neve nas plataformas, os trens não admitem atrasos…
Foi aí que descobri um serviço oferecido pela SBB (Swiss Federal Railways) que oferece quatro opções para deixar a viagem literalmente mais leve. Trata-se de um courrier de bagagens que funciona com a precisão de um relógio suíço desde a opção mais simples, na qual você deixa suas bagagens em um balcão na estação de partida e retira na estação de chegada. Mas a opção mais cômoda, sem dúvida, foi a que utilizamos. Funciona assim: na noite anterior à partida para outra cidade, eu informava ao concierge do hotel onde estávamos hospedados que eu havia contratado o serviço de courrier da SBB, entregava a ele o voucher com as informações de destino das bagagens e dali para a frente ele se encarregava de tudo. Na manhã de nossa partida, as malas deveriam estar do lado de fora dos quartos até 8 h da manhã. Pronto! Estávamos liberados para viajar com toda a tranquilidade, sem nos preocuparmos com as bagagens e as conexões. Cada um levava apenas sua mochila ou mala de mão e, ao chegarmos ao hotel na cidade de destino, lá estava o restante das bagagens, graciosamente acomodadas em nossos quartos. Eu nunca havia experimentado um serviço tão eficaz e conveniente. Mais um motivo para que a Suíça tenha um lugar especial entre meus destinos prediletos – além, é claro, de sua estonteante beleza.
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