Boa parte das pessoas já sonhou com uma grande festa de casamento, cheia de convidados, música ao vivo, bebidas importadas, pompa e circunstância. No entanto, um evento sofisticado envolve, além de muitos itens, o cuidado com cada detalhe: convites, local, cardápio, bebidas, decoração, trajes dos noivos, banda ou DJ, bolo, fotos e vídeo, cerimonialista, lembrancinhas…
LEIA MAIS: Festas de casamento que vão de R$ 80 mil a R$ 1,6 mi
Não há limites para a imaginação – e nem para os gastos. Uma solução para casais que não dispõem do valor total ou que têm dificuldades em guardar dinheiro é fazer um plano de consórcio, com desembolsos mensais, para arcar com a despesa.
O consórcio é uma modalidade de compra baseada na união de pessoas em grupos, de maneira que seja possível formar uma poupança com a quantia desejada para a aquisição de bens móveis, imóveis ou serviços – categoria onde estão incluídas as festas de casamento. Nesse sistema, o valor é diluído em um prazo predeterminado com pagamento mensal.
A formação dos grupos é feita por uma administradora, autorizada pelo Banco Central, que cobra uma taxa administrativa. Além da taxa, são cobrados um fundo de reserva (utilizado para suprir a inadimplência do grupo) e seguro de vida (que cobre morte ou invalidez permanente do consorciado). Como é um sistema de autofinanciamento, não há juros, o que faz que, mesmo com as taxas, a tomada de dinheiro emprestado fique mais barata do que o financiamento bancário com os índices de mercado.
A cada mês, a empresa realiza um sorteio para contemplar um dos membros do grupo com o crédito no valor contratado. A contemplação também ocorre pelo sistema de lance: qualquer pessoa pode tentar adiantar o recebimento do crédito com um lance, que é abatido do valor posterior das parcelas, e a maior oferta é contemplada.
Com a carta de crédito, fica a critério do casal escolher o item que quiser para a festa ou para a cerimônia. Não há restrições para a compra, já que os consórcios de serviços são flexíveis e podem ser utilizados até para pagar viagens e reformas, entre outras finalidades.
VEJA TAMBÉM: 24 presentes luxuosos para pedir no casamento
Gerente regional da administradora Embracon, Lorelay Lopes explica que, assim que a carta de crédito é liberada, o valor é disponibilizado em uma conta vinculada. “Não é necessário gastar toda a quantia com um único fornecedor. O casal pode utilizar o dinheiro como se estivesse depositado em uma conta corrente. Só que o consórcio paga diretamente ao fornecedor”, explica. A empresa trabalha com prazo mínimo de 20 meses e máximo de 40. As taxas administrativas variam de acordo com o prazo estabelecido, entre 12% e 21%. Seus clientes da categoria de serviços estão concentrados na faixa etária dos 30 aos 40 anos (33%), seguida pela faixa de 20 a 30 anos (26%).
A executiva afirma que a procura pelo serviço, que é relativamente novo no mercado, tem crescido nos últimos anos, apesar de ainda ser pequena em comparação com outras modalidades (como imóveis e veículos). Segundo informações da ABAC (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios), com base em dados fornecidos por administradoras, o setor de serviços apresentou um aumento de 87,1% no volume de participantes ativos de julho de 2016 até o mesmo mês de 2018. A BR Consórcios, que tem associadas como a Mapfre e a Saga, por exemplo, registrou um crescimento de 15% na procura de consórcios de 2017 para 2018 – 51% dos novos consorciados buscaram a modalidade de serviços. Na Rodobens Consórcio, o crescimento no mesmo período foi de 30,9%.
Para Francisco Coutinho, superintendente da Rodobens, esse crescimento se deve ao fator planejamento. “Consórcio e casamento tem tudo a ver. Para realizar uma festa, é preciso ter uma programação. Com o consórcio, o casal evita ficar descapitalizado e paga os fornecedores assim que for contemplado”, explica. Na administradora, cerca de 95% das vendas das cotas são feitas pela internet, o que reforça a tendência de adesão do público mais jovem, com idade média de 28 anos.
“Quem vai casar quase sempre planeja com antecedência”, diz Alexandre Luis dos Santos, presidente do BB Consórcios, que oferece opções de serviços que variam entre 12 e 36 meses com valores de R$ 5 mil a R$ 20 mil. Em 2018, foram vendidas 22 mil cotas, em comparação a 3 mil em 2017. Segundo ele, essa modalidade de financiamento tem, ainda, um apelo de educação financeira, uma vez que o consorciado não perde o foco da arrecadação com o passar dos meses.
Outra vantagem do consórcio de serviços é, justamente, a possibilidade de utilizar a carta de crédito para outras finalidades além do casamento – para o caso de alguém mudar de ideia ao longo do processo. A única exigência costuma ser a apresentação de uma nota fiscal. A BR Consórcios, por exemplo, dispensa até mesmo a exigência de garantia real para utilização do crédito contemplado, desde que cumpridos determinados requisitos.
E MAIS: Vestido de casamento de Meghan Markle será exposto
Há, ainda, um outro ponto importante a ser considerado: o poder de compra do consorciado, uma vez que ele tem o dinheiro disponível para negociar melhores descontos com os fornecedores.
Se os valores oferecidos pelos consórcios não forem suficientes para cobrir os custos da festa desejada, os casais podem optar por adquirir mais de uma cota, pagando mais de uma parcela por mês e fazendo a junção das cartas de crédito posteriormente. Assim, é possível arrecadar qualquer quantia e se planejar para evitar dívidas após o casamento.
Veja, na galeria de fotos abaixo, as simulações para 10 valores diferentes de consórcio, com diversos prazos de pagamento:
-
Getty Images R$ 5 mil *
6 parcelas de R$ 1.058,47 (Sicredi)
36 parcelas de R$ 175 (BB Consórcios) -
Getty Images R$ 7 mil *
12 parcelas de R$ 706,48 (Rodobens Consórcio)
36 parcelas de R$ 235,86 (Sicredi)
48 parcelas de R$ 197,56 (Rodobens Consórcio) -
Getty Images R$ 8 mil *
12 parcelas de R$ 807,41 (Rodobens)
36 parcelas de R$ 208,04 (BR Consórcios) -
Getty Images R$ 10 mil *
17 parcelas de R$ 744,11 (BB Consórcios)
36 parcelas de R$ 350,06 (BR Consórcios) -
Anúncio publicitário -
Getty Images R$ 14 mil *
12 parcelas de R$ 1.412,96 (Rodobens Consórcio)
36 parcelas de R$ 471,72 (Sicredi)
48 parcelas de R$ 395,14 (Rodobens Consórcio) -
Getty Images R$ 15 mil *
20 parcelas de R$ 877,50 (Embracon)
36 parcelas de R$ 542,27 (BB Consórcios) -
Getty Images R$ 16 mil *
20 parcelas de R$ 947,42 (Embracon)
36 parcelas de R$ 560,09 (BR Consórcios) -
Getty Images R$ 20 mil *
20 parcelas de R$ 1.184,27 (Embracon)
36 parcelas de R$ 702 (BB Consórcios)
36 parcelas de R$ 673,90 (Sicredi)
40 parcelas de R$ 645,37 (Embracon) -
Getty Images R$ 24 mil *
20 parcelas de R$ 1.421,13 (Embracon)
36 parcelas de R$ 808,67 (Sicredi) -
Getty Images R$ 30 mil *
20 parcelas de R$ 1.776,41 (Embracon**)
30 parcelas de R$ 1.232,13 (Embracon)
40 parcelas de R$ 945 (Embracon)
R$ 5 mil *
6 parcelas de R$ 1.058,47 (Sicredi)
36 parcelas de R$ 175 (BB Consórcios)
* Taxas administrativas:
BB Consórcios – 20% (qualquer prazo)
BR Consórcios – 15% (29 meses) a 20% (36 meses)
Embracon – 12% a 21% (20 a 40 meses)
Rodobens – 19% (12 meses); 21,5% (24 meses); 24% (36 meses); 26,5% (48 meses)
Sicredi – 16% (qualquer prazo)
** A Embracon é a única administradora consultada a oferecer um consórcio acima de R$ 24 mil