Resumo:
- Na primeira metade de 2019, o HondaJet foi o jato executivo leve mais vendido no mundo;
- Foram trinta anos de pesquisas e estudos até o projeto final;
- Saiba mais sobre a história da aeronave e de seu criador, Michimasa Fujino.
A Honda parece revigorada depois da segunda vitória no campeonato de F1, que se soma à quarta pole position consecutiva conquistada em duas rodas por Marc Marquez, piloto da Repsol Honda, no GP da Grã-Bretanha. Digna do termo “faz tudo”, já que produz carros, motocicletas, bicicletas, sopradores de neve, geradores, quadriciclos, robôs, cortadores de grama, motores, corta-sebes e barcos infláveis, a fabricante japonesa ainda comemora a liderança em vendas do HondaJet, aeronave certificada no último mês de agosto para uso na China.
Na primeira metade de 2019, o HondaJet foi o jato executivo leve mais vendido no mundo, com mais de 130 unidades comercializadas em 65 países, incluindo EUA, Europa, Japão e agora China. A estreita relação da marca com o campeão mundial de corridas Mick Doohan, da Austrália, em breve deve resultar na chegada da aeronave também ao seu país natal.
Mas o caminho da HondaJet não tem sido tão fácil quanto parece. Embora a Honda Aircraft Company, com sede na Carolina do Norte (EUA), tenha iniciado a produção do HondaJet em 2015, a aeronave soma mais de 30 anos em pesquisa e desenvolvimento até seu projeto final.
Voltemos no tempo. Em 1986, o engenheiro aeronáutico Michimasa Fujino, graduado pela Universidade de Tóquio, a melhor do Japão, recebeu o trabalho inviável de dirigir o novo braço de desenvolvimento de aeronaves da Honda, que seria um dos últimos projetos guiados pelo enigmático fundador da marca, Soichiro Honda. Em 1997, após mais de uma década de pesquisa exaustiva, cálculos, projetos e testes em parceria com o Laboratório de Pesquisa de Voos Universidade Estadual do Mississippi, Fujino apresentou um esboço conceitual do que seria o HondaJet.
De longe, a característica mais inovadora da aeronave é o seu design radical de montagem de motor sobre as asas (OTWEM). Com dois motores turbofan GE Honda HF120, montados em postes acima das asas, o avião pode navegar a até 13.000 metros, um nível significativamente mais alto que o das aeronaves comerciais. O design de nariz da aeronave de Fujino também causou surpresa, ainda mais quando se soube que ele modelou o nariz a partir de um sapato de salto alto Salvatore Ferragamo que havia visto em uma loja duty-free no Havaí.
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Embora a indústria tenha desde o início demonstrado um ceticismo considerável quanto ao design da aeronave, a confiança de Fujino na configuração do motor sobre a asa se mostrou correta no dia em que o avião provou ter melhor consumo de combustível, menor resistência, menor ruído e menor vibração transferidos para a cabine do que seus rivais. O HondaJet se comprovou a aeronave leve mais silenciosa da indústria. O fato de ele ter conquistado prêmios importantes da aviação, incluindo o Business and Commercial Aviation Vision Award em 2008 e o Aircraft Design Award em 2012, foi apenas a cereja do bolo.
As especificações do avião também impressionam. Capaz de acomodar sete ocupantes, incluindo dois pilotos e cinco passageiros, ou quatro passageiros e um comissário, o design do motor de asa permite que o jato ofereça a maior capacidade de espaço e bagagem da sua classe. A única desvantagem real é a altura da cabine do HondaJet, com apenas 1,47 metro, o que torna desafiador para passageiros de 1 metro e 80 de altura fazer uma visitinha ao banheiro localizado na parte traseira do avião.
A velocidade máxima da aeronave é de 483 mph; a altitude máxima de voo, de 13 mil metros, tornando a HondaJet o jato mais rápido e com maior alcance de altitude da classe — ou pelo menos é isso o que a Honda nos diz. E esse custo unitário de US$ 5,2 milhões não parece afetar as vendas, já que a empresa, na verdade, luta agora para atender à forte demanda.
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