Se você é um amante de boas bebidas, vai querer anotar as descobertas mais recentes do 25º International Spirits Challenge (Desafio Internacional de Bebidas, em tradução livre). O julgamento anual realmente faz jus ao seu nome, uma vez que avalia tudo: de calvados a sojus, passando por baijius e bourbons. Este ano, na verdade, o júri, formado por especialistas de indústrias do Reino Unido, concedeu premiações em 28 categorias.
De todas elas, apenas uma pode concorrer ao título de “Campeão Supremo”. Este ano, o grande vencedor foi o The Dalmore 35. Para os fãs do uísque single malt de alta qualidade, a notícia pode não ser uma grande surpresa. Afinal, esta é uma das marcas mais colecionadas do planeta. Mas, mesmo que você não seja um viciado nesse tipo de destilado, esta é uma garrafa que certamente pode conquistá-lo – apesar do preço.
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O clássico produtor Highland (destilaria fundada em 1839, a 32 quilômetros ao norte de Inverness, na Escócia) comercializa este rótulo específico por pouco mais de US$ 5 mil por decantador. Não é totalmente irracional quando você considera a idade e, mais importante, a extrema raridade: depois de lançar a garrafa em 2016, a Dalmore anunciou que só venderia 1 mil unidades por ano, em todo o mundo, nos próximos cinco anos.
No entanto, o produto é muito mais significativo do que um mero item de colecionador. É uma experiência sublime de degustação do início ao fim. O suco derrama um tom âmbar brilhante no copo, resultado da maturação em uma combinação de barris que antes pertenciam ao bourbon, ao xerez Matusalem e ao Porto Colheita. O paladar é uma mistura de banana com noz recém-assada, cedendo espaço às raspas de laranja e pimenta da Jamaica em um final consistente. O líquido é exposto em cristal Baccarat soprado à mão, selado sob uma tampa de prata para lembrar um barril de uísque.
Em última análise, o Dalmore 35 demonstra uma vibração requintada para sua época, um brilho de ser que realmente acentua sua tanoaria. E, por isso, temos uma dívida de gratidão com o lendário mestre destilador da marca, Richard Paterson. Ao longo de cinco décadas no negócio do uísque, o estadista ancião ganhou o apelido de “The Nose”. E por um bom motivo. Ele tem uma habilidade quase sobrenatural de descobrir se e quando uma bebida envelhecida deve mudar de barricas.
Examine a cor da maioria das expressões da Dalmore e você pode supor (como muitos) que esses uísques amadureceram exclusivamente em tanoarias que continham xerez. Mas isso quase nunca é o estilo de Paterson. Para o rótulo de 35 anos, ele retira um malte já envelhecido de antigos tonéis de bourbon e o divide entre os barris que antes continham o xerez e o porto. Em seguida, todos os líquidos se reúnem em recipientes ex-bourbon para um “acabamento final” conciso e meticulosamente calculado.
Depois de eleger a criação de 35 anos como a melhor da série, o International Spirits Challenge também concedeu a Paterson mais um prêmio individual: o Lifetime Achievement Award (“Prêmio da Conquista de uma Vida”, em tradução livre). O reconhecimento coincide com uma era de quebra de recordes para sua destilaria. No início deste ano, duas garrafas da safra mais antiga de The Dalmore’s (uma raridade de 62 anos) arrecadou quase US$ 350 mil em um leilão da Sotheby’s. Esse tipo de avaliação astronômica é normalmente reservada exclusivamente para o The Macallan – o uísque mais colecionável do planeta.
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