O ano de 2020 entrou para a história como aquele em que o mundo parou por causa da pandemia de Covid-19. As fronteiras fecharam, as portas baixaram e as pessoas se isolaram dentro das casas. Mas se engana quem pensa que o ano passado só trouxe resultados negativos. Na verdade, ele serviu para dar encaminhamento a muitos projetos que estavam paralisados, precisando daquela forcinha extra para seguir em frente.
A pandemia caiu como uma bomba no mundo do entretenimento, que precisou adiar todos os eventos presenciais para quando tudo já estivesse de volta ao normal – e que ninguém sabia quando seria. E com o mundo em pausa, o grupo Artplan – nascido da agência de comunicação de mesmo nome, responsável pelo Rock in Rio – decidiu que era o momento certo de passar pelo aguardado rebranding. Após 52 anos de história e muitos novos braços, o grupo foi rebatizado de Dreamers. “O nome gerava ruído até para os próprios clientes e precisávamos de uma identidade de conglomerado. Começamos como um grupo de empresas bacanas, com metas e desafios individuais, e agora nos reconhecemos como um time, com pessoas em empresas diferentes, mas num mesmo ecossistema”, explica Rodolfo Medina, presidente executivo do Dreamers.
O grupo engloba 16 empresas, sendo a maioria envolvida com entretenimento e comunicação. Com suas diversas unidades, oferece desde a criação de projetos até onde eles serão compartilhados, além da medição de resultados. “Nossa principal diferença para concorrentes internacionais é que temos cabeça de anunciante e de cliente ao mesmo tempo. Prestamos serviço, mas também temos marcas proprietárias”, aponta o executivo. Eles se definem como um ecossistema de experiências.
A aquisição mais recente foi a V4 Company, franqueadora especializada em potencializar vendas regionais, com o fomento do consumo em e-commerces por meio de plataformas de mídia. O grupo afirma que algumas de suas empresas e iniciativas já são conhecidas do mercado e outras ainda serão, mas Medina pontua que fama não é o que mais interessa. “Queremos ser parceiros de negócios dos clientes, um player integrador, podendo nos conectar com empresas de dentro ou de fora do grupo. Ganhamos o jogo se formos relevantes para os parceiros.”
Para o futuro, o grupo está investindo na área de transformação digital e performance. Medina aposta que os setores digital e de tecnologia ainda têm muito a oferecer e que, inevitavelmente, o crescimento – do grupo e do mundo – vai passar por iniciativas focadas no online. “Na pandemia, as marcas assumiram o protagonismo na busca por soluções para os problemas que estamos vivendo. Nós, do mundo da comunicação, temos uma responsabilidade muito grande em fazer a diferença. O marketing precisa se ressignificar e focar no valor compartilhado. Podemos cumprir as metas de vendas gerando transformação social e deixando um legado ao mesmo tempo”, afirma.
Com faturamento flutuante por causa dos eventos que não acontecem anualmente – o festival Rock in Rio, por exemplo, é realizado a cada dois anos –, o grupo viu esse valor ser impactado por conta da crise sanitária. Em 2019, a então Artplan registrou R$ 1,5 bilhão. No ano passado, a queda foi de 30%. Medina aposta na vacinação acelerada para que, no segundo semestre, a economia apresente uma retomada.
Desde o início das determinações de isolamento social no Brasil, em março de 2020, a equipe de 700 funcionários da companhia está trabalhando de casa. Enquanto para algumas empresas o home office já era praticado, para outras o aprendizado foi forçado, sem preparação. Apesar de confessar sentir falta do encontro presencial com os funcionários, Medina afirma que os resultados não foram afetados. “Você para de controlar ponto e horas trabalhadas para cobrar skills e entregas. O digital é até legal, mas a vida é ao vivo”, diz o presidente executivo.
E de “ao vivo” o grupo entende. Além do festival musical que é referência mundial, outros eventos foram adicionados ao portfólio do Dreamers ao longo do tempo, como a Maratona do Rio, o Carnaval de Rua do Rio, o Rio Montreux Jazz Festival e a GameXP. Depois das edições de 2020 (Lisboa) e 2021 (Rio de Janeiro) do Rock in Rio terem de ser adiadas para o ano que vem por causa da pandemia, Medina promete eventos históricos. “Temos a obrigação de fazer o festival de forma única, com toda a segurança e cuidados necessários, para uma grande experiência depois de vivermos um período tão duro”, afirma.
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