A escritora Joan Didion, cujos ensaios, memórias, romances e roteiros relatavam a sociedade norte-americana contemporânea, assim como seu pesar pela morte de seu marido e filha, morreu aos 87 anos de idade.
A causa da morte foi a doença de Parkinson, disse a editora Knopf, que publicava as obras dela, hoje (23), em um comunicado.
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Didion surgiu pela primeira vez como uma escritora de substância no final dos anos 1960 como uma praticante precoce do “novo jornalismo”, o que permitiu que os escritores tomassem uma perspectiva narrativa mais personalizada.
Sua coleção de ensaios de 1968 “Slouching Toward Bethlehem“, um título emprestado do poeta William Butler Yeats, analisava a cultura de sua terra natal, a Califórnia. O título do ensaio oferecia uma visão pouco simpática da cultura hippie emergente em San Francisco e uma resenha do New York Times chamou o livro de “algumas das melhores peças de revista publicadas por qualquer pessoa neste país nos últimos anos”.
Didion tinha um ar de glamour casual e frio e em seu apogeu era tipicamente fotografada com óculos escuros de sol de tamanho exagerado ou despreocupadamente com um cigarro pendurado na mão. Ela tinha 80 anos em 2015 quando a casa de moda francesa Celine a usou como modelo em uma campanha publicitária para seus óculos escuros.
A tragédia levou inadvertidamente a um ressurgimento na carreira nos anos 2000, como escreveu Didion sobre a morte de seu marido, o escritor John Gregory Dunne, em “O Ano do Pensamento Mágico”, e da filha Quintana Roo Dunne em “Noites Azuis”.
Os trabalhos de Didion foram perspicazes, confessionais e tingidos de ceticismo. O Los Angeles Times a elogiou como uma “estilista inigualável” com “insights perspicazes e domínio primoroso da linguagem”.
O escritor britânico Martin Amis referiu-se a Didion como a “poetisa do Grande Vazio Californiano” e ela foi especialmente incisiva na escrita sobre o Estado.
“Escrevo inteiramente para descobrir o que estou pensando, o que estou olhando, o que vejo e o que significa”, disse Didion em um discurso em sua alma mater, a Universidade da Califórnia em Berkeley, em 1975.
Sua vida e carreira foram capturadas no documentário de 2017 “Joan Didion: The Center Will Not Hold” por seu sobrinho, o ator-cineasta Griffin Dunne.