A escritora francesa Annie Ernaux ganhou o Prêmio Nobel de Literatura de 2022 hoje (6) “pela coragem e acuidade clínica”, em seus livros amplamente autobiográficos examinando a memória pessoal e a desigualdade social.
Ao explicar sua escolha, a Academia Sueca disse que Ernaux, de 82 anos, “de forma consistente e de diferentes ângulos, analisa uma vida marcada por fortes disparidades em relação a gênero, idioma e classe”.
Primeira mulher francesa a ganhar o prêmio de literatura, Annie Ernaux afirmou que vencer é “uma responsabilidade”.
“Fiquei muito surpresa… nunca pensei que estaria no meu cenário como escritora”, disse Ernaux à emissora sueca SVT. “É uma grande responsabilidade… testemunhar, não necessariamente em termos de minha escrita, mas testemunhar com precisão e justiça em relação ao mundo.”
Ela já havia dito anteriormente que escrever é um ato político, abrindo nossos olhos para a desigualdade social. “E para isso ela usa a linguagem como ‘uma faca’, como ela chama, para rasgar os véus da imaginação”, disse a academia.
O prêmio é concedido pela Academia Real das Ciências da Suécia e vale 10 milhões de coroas suecas (US$ 914.704).
Embora muitos vencedores anteriores de literatura já fossem amplamente lidos antes de receber o Nobel, o prêmio gera enorme atenção da mídia e pode catapultar autores menos conhecidos para a fama global, estimulando as vendas de livros até mesmo para superestrelas literárias.
Alguns prêmios foram para escritores de outros gêneros literários tradicionais, incluindo o filósofo francês Henri Bergson em 1927, o primeiro-ministro britânico Winston Churchill em 1953 e o cantor e compositor norte-americano Bob Dylan em 2016.