Uma monumental pintura em serigrafia, parte de uma das séries mais importantes de Andy Warhol, foi vendida por US$ 84,5 milhões (R$ 462,8 milhões na cotação atual), na Sotheby’s, ontem (16), valor 131 vezes superior ao que arrecadou na última vez em que apareceu em um leilão, quase quatro décadas atrás.
A obra “White Disaster – White Car Crash 19 Times” (“Desastre Branco – Acidente de Carro Branco 19 Vezes”) foi vendida por um lance de US$ 74 milhões (R$ 405,3 milhões), excluindo taxas. A pintura, feita em 1963, estava estimada em mais de US$ 80 milhões (R$ 438 milhôes), mas David Galperin, chefe de arte contemporânea da casa de leilões em Nova York, disse à Forbes, antes da venda, que com uma obra “desta qualidade e raridade, e imenso poder visual, o céu é o limite.” A última vez que a pintura foi a leilão, em 1987, ela foi vendida por apenas US$ 650.000 na Christie’s, e depois disso foi revendida outras vezes.
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Entre as obras de Warhol, o recorde para venda em leilão chegou a US$ 195 milhões (R$ 1 bi). No caso, um retrato serigrafado de Marilyn Monroe, chamado “Shot Sage Blue Marilyn”, que o megadealer Larry Gagosian comprou na Christie’s, em maio. Ainda não está claro se Gagosian comprou a pintura para um de seus clientes bilionários.
O retrato de Monroe fazia parte de um leilão da coleção pessoal do negociante de arte suíço Thomas Ammann e sua irmã Doris. Thomas era amigo de Warhol e foi ele que também vendeu “White Disaster (White Car Crash 19 Times)”, em 1996, para o vendedor atual, disse Galperin à Forbes.
“White Disaster (White Car Crash 19 Times)” está diretamente relacionada a outra obra, “Silver Car Crash 2 (Double Disaster)”, uma peça da mesma série que foi vendida por US$ 105,4 milhões (R$ 578 milhões) na Sotheby’s, em 2013, e que até maio era a obra mais valiosa de Warhol a ser vendida em um leilão. Ambas as obras foram criadas em 1963 e utilizam impressões repetidas da mesma imagem de um acidente de carro.
A pintura é o mais recente trabalho a alcançar um preço altíssimo nesta temporada de leilões. Na semana passada, as obras de arte acumuladas pelo falecido bilionário cofundador da Microsoft, Paul Allen, durante toda a sua vida foram vendidas por US$ 1,6 bilhão (R$ 8,76 bilhões), tornando-se a coleção de arte mais cara já vendida em leilão e a primeira a ultrapassar o limite de US$ 1 bilhão. Somente nessa venda, cinco pinturas foram vendidas por somas de nove dígitos. Na noite de terça-feira, uma pintura de Piet Mondrian foi vendida por US$ 51 milhões (R$ 279,3 milhões).