Sede da Freixenet em Sant Sadurní d’Anoia, na Espanha
Quem degusta hoje os vinhos e espumantes Freixenet talvez não tenha ideia da história inspiradora de empreendedorismo e liderança feminina que a marca carrega. Tudo começou em 1911 com Dolores Sala, que juntou sua expertise na viticultura à capacidade comercial e inovadora do marido, Pedro Ferrer Bosch, para fundar a empresa. No decorrer dos anos, outras mulheres escreveram capítulos importantes na trajetória da companhia, que hoje é uma das maiores produtoras de Cava do mundo, com presença em mais de 150 países.
Dolores foi presidente da Freixenet no século passado e pioneira na liderança feminina no setor vinícola, principalmente no universo dos Cavas. Mesmo depois da morte da fundadora, em 1978, a empresa continuou investindo em mulheres no comando.
A enóloga Gloria Collell é uma das mulheres que compõem a diretoria da Freixenet. Com experiência no setor de enoturismo e participação na criação de novos produtos da marca, ela carrega uma carreira de mais de duas décadas, reconhecida por sua paixão, conhecimento e vasta experiência na elaboração de vinhos e espumantes.
Gloria é responsável pela criação das linhas especiais, como os espumantes e vinhos Mía e a linha Mía Sangria, e participou do desenvolvimento de toda a linha italiana produzida pela marca, como o Prosecco. Além da base técnica, a enóloga também é conhecida pela luta por inclusão e diversidade na indústria vinícola e trabalha para ampliar a representação de mulheres na área.
“Pessoalmente, não encontrei barreiras e pude exercer a minha profissão e as minhas ambições de forma livre. Mas nem sempre é assim. Ainda há um longo caminho a percorrer, zonas vitivinícolas em que falta à mulher o poder de crescer e se expressar”, afirma Gloria. “Vejo a inquietação nas mulheres do mundo do vinho e do Cava, e acho que as novas gerações vêm com muita força e vontade. Vamos abrir as portas a elas, queremos que entrem. Certamente terão um futuro brilhante pela frente.”
Outro destaque na gestão da Freixenet é a CMO, Martina Obregon, que vem investindo em uma estratégia de diversificação de produtos focada na expansão da linha de Cavas, com vinhos e garrafas estilizadas, tendo os rótulos Cordón Negro, Freixenet Rosé e Carta Nevada como carros-chefes.
Martina Obregon, CMO da Freixenet
“O papel feminino em cargos de liderança só existe por conta do pioneirismo de mulheres como Dolores Sala. Hoje eu exerço um papel de responsabilidade e sei que as minhas atitudes ajudarão a construir o futuro da empresa, com cada vez mais rostos femininos”, diz Martina.
O nome e a trajetória de Dolores Sala foram homenageados com a criação do Freixenet Cuvée D.S., um Cava que só aparece nas grandes safras. Atualmente, o rótulo Reserva está na 24ª safra, selecionada desde o seu início, em 1969.
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