Com uma super produção e elenco de grandes estrelas, era grande a pressão para que a série de “The Last Of Us” fosse um sucesso. Mas com a segunda maior estreia da HBO na última década e números crescentes de audiência e aclamação do público – 97% de aprovação no Rotten Tomatoes -, todo o investimento parece estar valendo a pena. E acredite, ele não foi pequeno.
A aposta da emissora foi alta: o orçamento dos nove episódios foi estimado entre US$ 10 milhões e US$ 15 milhões cada (R$ 51,7 a R$ 77,6 milhões), o que significa que a primeira temporada da adaptação do game custou cerca de US$ 100 milhões (R$ 517 milhões) – um número bem acima das cinco primeiras temporadas de “Game of Thrones”, por exemplo, de US$ 6 milhões por capítulo. Ainda assim, a nova série não supera o spin-off “House of The Dragon”, com uma média de US$ 20 milhões (R$ 103 milhões) por episódio.
Em “The Last of Us”, boa parte do dinheiro foi destinado aos efeitos especiais que constroem seu universo pós-apocalíptico, com “zumbis” e cidades completamente destruídas após 20 anos do surto do fungo Cordyceps. Para se ter noção, só a equipe de efeitos visuais da série conta com 650 funcionários. Ao todo, eles trabalharam em 535 cenas por cerca de 18 meses, disse Nick Marshall, supervisor de qualidade de design, em entrevista ao “Art of VFX”.
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Foto: Reprodução Boa parte das cidades destruídas da série, como Boston, são feitas com CGI
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Foto: Reprodução Caracterização dos zumbis é feita especialmente de maquiagem e próteses
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Foto: Reprodução O “baiacu” do quinto episódio
Boa parte das cidades destruídas da série, como Boston, são feitas com CGI
Mas um dos pontos que mais chamou a atenção dos espectadores foi a caracterização dos infectados, feita quase que totalmente com efeitos práticos – isto é, próteses e maquiagens. O mais chamativo delas aparece no quinto episódio da série: o “baiacu”, como é chamado o mais forte e raro dos zumbis do universo do jogo, no estágio mais avançado da infecção.
Para representar a criatura, que tem o corpo tomado por camadas grossas de fungos, a série precisou de um traje especial que custou nada menos do que US$ 500 mil (R$ 2,5 milhões). A informação foi revelada pelo ator Adam Basil ao jornal “Express.co.uk”, que também contou que a roupa pesava 40 quilos e demorava mais de uma hora para ser vestida.
“Tínhamos uma cópia completa do corpo de Basil e fizemos as próteses em massa de modelar. O moldamos de uma espuma de borracha e espuma de látex, que é muito leve. É quase como uma espuma de estofamento, um material bem esponjoso”, explicou Barrie Gower, o designer de próteses da série, à “Variety”. Depois disso, o traje foi incrementado com espinhos e pêlos espetados, junto a um gel para realçar os detalhes dos fungos.
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O baiacu é apenas a mais recente criação do premiado designer de maquiagem, três vezes ganhador do Emmy. Além de “The Last of Us”, Gower tem no seu currículo trabalhos visuais icônicos: ele é o responsável pelo Vecna (“Stranger Things”), o Rei da Noite (“Game of Thrones) e Viserys Targaryen (“House of The Dragon”), só para citar alguns. Também já trabalhou na minissérie “Chernobyl”, dirigida por um dos showrunners de “The Last of Us”, Craig Mazin.
Com o término da primeira temporada previsto para 12 de março, a adaptação da HBO já está renovada para um segundo ano – ainda sem data de estreia.
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