A Islândia continua sendo o país mais seguro do mundo, segundo o 17º Índice Global de Paz, do Institute for Economics and Peace. Já o Brasil segue na 132ª posição – 163 países são avaliados. Na avaliação divulgada nesta quarta (28), a ilha é seguida, na ordem, por Dinamarca, Irlanda, Nova Zelândia e Áustria – muitos dos mesmos países cujas capitais e principais cidades ocupam o top 10 do estudo de 2023 da EIU sobre as melhores cidades para se viver no mundo.
Apesar disso, parece que o Índice Global de Paz de 2023 constata que o mundo está um pouco menos seguro do que no ano passado, o que também ocorreu no ano anterior, devido aos impactos da pandemia global.
O número de conflitos ou guerras em escala global agora está no nível mais alto dos últimos 15 anos, e alguns governos, como o Reino Unido, recentemente adicionaram 15% da massa terrestre mundial a uma lista de locais desaconselháveis para viagens – sendo que a renda do turismo é inestimável para a estabilidade de qualquer país.
Veja os 10 países mais seguros do mundo em 2023
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Getty Images 1. Islândia
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Getty Images 2. Dinamarca
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Getty Images 3. Irlanda
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Getty Images 4. Nova Zelândia
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Getty Images 5. Áustria
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Getty Images 6. Singapura
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Getty Images 7. Portugal
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Getty Images 8. Eslovênia
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Unsplash 9. Japão
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Getty Images 10. Suíça
1. Islândia
Algumas conclusões interessantes no Índice Global de Paz 2023:
- A Islândia continua no topo, sendo o lugar mais pacífico do planeta desde 2008 – não por acaso a terra de gelo ocupa o terceiro lugar como o país mais feliz do mundo;
- Dos 10 países mais seguros no relatório de 2022, oito eram da Europa – o maior número de europeus já presentes no top 10. Em 2023, mesmo com a Guerra da Ucrânia e a permanente tensão com a Rússia, a Europa, com 7 países no top 10, segue como continente mais pacífico;
- A instabilidade política diminuiu em 59 países no último ano e melhorou em apenas em 22, de acordo com os indicadores;
- É evidente que a guerra na Ucrânia teve um impacto na estabilidade, mas na verdade mais mortes ocorreram por conflitos na Etiópia (100 mil) do que na Ucrânia (83 mil);
- Desde 2008, os dois indicadores que mais se pioraram globalmente são os de “violência armada” e “conflitos externos”;
- O estudo constatou que as taxas de homicídio nos Estados Unidos foram 6 vezes maiores que a média da Europa Ocidental, impulsionadas pela violência armada e tensões políticas;
- Os países menos pacíficos do mundo permanecem os mesmos há vários anos: o Afeganistão é o pior pelo oitavo ano consecutivo, seguido por Iêmen, Síria, Sudão do Sul e República Democrática do Congo;
- A lacuna entre os países mais e menos pacíficos continua a aumentar
Implicações nas viagens em um mundo menos seguro
Um mundo menos pacífico aumenta a instabilidade econômica e reduz significativamente o PIB global – se as pessoas estão lutando ou preocupadas com suas vidas, elas não podem criar arte, construir casas, administrar negócios ou receber visitantes.
Por sua vez, à medida que os países consideram outros lugares inseguros para visitar, a indústria de viagens é ainda mais afetada pela redução da renda do turismo.
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Por exemplo, Rússia, Ucrânia, Irã, Sudão e Belarus foram recentemente adicionados à lista de países para evitarem viagens do Escritório de Relações Exteriores do Reino Unido (FCDO), com 21 países aos quais os viajantes são aconselhados a não visitar. Como relatado pelo The Telegraph, esses 5 países representam 15% da massa terrestre mundial. Existem outros 44 países que são parcialmente considerados perigosos, como Angola, Bangladesh, Camarões, Colômbia, Etiópia, Geórgia, Índia, Israel e Malásia.
Além disso, existem várias maravilhas do mundo atualmente inacessíveis aos turistas, como Timbuktu no Mali, São Petersburgo na Rússia, Cataratas do Anjo na Venezuela, Planalto de Ennedi no Chade e Palmyra na Síria. A guerra na Ucrânia tornou 20% do espaço aéreo europeu proibido.
Ao mesmo tempo, há um relato crescente de um movimento de turistas em busca de perigo, cujo objetivo é visitar países considerados perigosos. Para aqueles que podem pagar o preço, as redes sociais também estão alimentando o desejo de postar fotos de viagens em destinos remotos aos quais outros não têm acesso, como disse Lorri Krebs, professora de geografia e sustentabilidade na Salem State University, à Newsweek.
No entanto, como mostra o estudo da Paz, a instabilidade é contagiosa e pode se espalhar por várias regiões. É extremamente difícil mudar a trajetória de um país não pacífico. Pode levar anos.
“Todos nós queremos relaxar quando estamos de férias, e não há lugar melhor para fazer isso do que em países livres de violência. Esta é uma das razões pelas quais os dez países mais pacíficos também são alguns dos destinos turísticos mais populares do mundo”, afirma Steve Killelea, fundador do IEP.
“Isso deve mostrar aos governos que a paz traz benefícios econômicos substanciais, além de melhorar a saúde e o bem-estar de seus cidadãos. Então, da próxima vez que você pensar para onde ir de férias, por que não escolher um país pacífico?”, completa Killelea.