James Cameron decidiu abrir mão da sua vista privilegiada do oceano Pacífico e que, detalhe, inspirou a franquia “Avatar”. O vencedor do Oscar colocou à venda seu rancho na Califórnia, avaliado em US$ 33 milhões (cerca de R$ 160 milhões). Foi nesse local que ele escreveu boa parte de seus filmes, muitos deles premiados e/ou mega sucessos de bilheteria.
A casa de 743 m² que ele e sua esposa, Suzy Amis Cameron, compraram há 24 anos fica em um terreno de 410 mil m² à beira-mar, em um dos refúgios mais biodiversos do mundo.
Os locais favoritos de Cameron para escrever enquanto concebia Pandora, o mundo azul de Avatar, eram a biblioteca no andar de cima e a casa de hóspedes ao lado, com uma linda vista da imensidão costeira.
Veja fotos do santuário rural de James Cameron na Califórnia
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Blake Bronstad Sala principal
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Blake Bronstad Quarto principal
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Blake Bronstad Fachada da casa
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Blake Bronstad Entrada da casa
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Blake Bronstad Espaço do escritório de James Cameron
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Blake Bronstad Casa de hóspedes
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Blake Bronstad Sala de estar da casa de hóspedes
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Blake Bronstad Vista aérea da região
Sala principal
“Eu simplesmente subia lá e me isolava por meses a fio”, diz o diretor sobre a fórmula para escrever a maior parte do primeiro roteiro de Avatar e cerca de metade dos dois próximos filmes. “Na verdade, até o quarto e o quinto, porque todos esses roteiros estão prontos”, completa.
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A casa de madeira e vidro dos Camerons tem tetos altos com vigas e inclui cinco quartos, dois escritórios executivos, uma academia, sala de televisão e sala de jogos. Além disso, a residência banhada pelo pôr do sol possui uma piscina em estilo lagoa e uma área de estar cercada por palmeiras curvas que lembram os trópicos.
Projetada para ser independente da rede elétrica, a casa é movida a energia solar e possui autonomia de água e alimentos, graças ao seu jardim de 3.000 m².
“Os fundamentos da casa têm um estilo rústico californiano”, diz Cameron, mencionando o mestre construtor Bob Curtis, que ergueu as estruturas na década de 1980. “Ela tem uma atmosfera rural, mas também é bastante ousada, arquitetonicamente falando. É muito confortável”, completa.
Após a compra, o casal retirou o carpete e instalou placas irregulares de quartzo das Montanhas Rochosas. As vigas de madeira brasileira da sala principal foram restauradas. A extensão ampla da madeira sobe até as janelas clerestórias e se inclina sobre a sala de jantar e a cozinha, que possui uma abóbada.
Os ângulos ousados da casa de dois andares emolduram vistas dos penhascos costeiros e cenas de baleias migratórias, grupos de golfinhos e colônias de lontras marinhas. A visão frontal é da Ilha San Miguel, a mais ocidental das Ilhas do Canal.
A mesa de bordo da cozinha tem sido o local das refeições da família Cameron. “A sala de jantar acomoda 14 pessoas e, quando precisamos de mais espaço, nos reunimos em um grande terraço onde podemos acomodar 30 pessoas”, diz o diretor.
As vigas inclinadas continuam na suíte principal e são acompanhadas por pisos de tábuas de carvalho. Os quartos, que incluem uma lareira, são adornados com tecidos balineses, acentuando ainda mais a vista tropical além das janelas.
“Temos muitas esculturas e trabalhos em madeira balineses, uma sobreposição de padrões indonésios”, diz Cameron. Há também uma referência greco-romana na sala principal: uma colossal cabeça de pedra de 363 kg que representa Dionísio, com uma aparência elfa que combina com um filme de Cameron. “É de uma fachada de um hotel em Nova York”, diz Cameron. “Um presente de Bill Paxton”, completa.
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A propriedade também inclui uma instalação equestre de 445 m² com estábulos e escritórios da fazenda equipados com um alojamento para um caseiro e quatro apartamentos.
Há dois celeiros. “Eu já mantive helicópteros lá”, diz Cameron sobre o celeiro maior, de 2.230 m². O celeiro também serviu como campo de testes, acrescenta ele, “usado quando eu estava trabalhando em meus submarinos e equipamentos robóticos para expedições”, que incluem as 33 viagens que o destemido diretor de “Titanic” fez aos destroços do RMS Titanic e uma descida solo à parte mais profunda da Fossa das Marianas.
A propriedade também possui uma quadra de tênis e um heliporto.
A família foi fundamental para os Camerons durante sua estadia de duas décadas e meia na fazenda – e isso é parte do motivo pelo qual eles decidiram vendê-la. Os três filhos do casal estão “praticamente independentes agora”, diz o diretor nascido no Canadá. “E com ‘Avatar’, estou trabalhando em Wellington e Los Angeles. E nos novos filmes de ‘Alita: Anjo de Combate’, ficarei em Austin. Então, simplesmente não fazia mais sentido para nós continuar com o rancho”, afirma.
“Nossa esperança é que alguém com crianças pequenas ou que decida ter filhos seja o comprador e a aproveite”, acrescenta Suzy Amis Cameron.
O casal lembra com carinho das aventuras de seus filhos: conferindo as tabelas das marés; aprendendo os nomes das inúmeras criaturas do ecossistema costeiro; colhendo alimentos; fazendo trilhas nas montanhas; montando em cavalos chamados Tex, Monkey e Okie; e cuidando de burros, cabras e um porco.
“Eles sempre voltavam para casa com algum tipo de animal, incluindo um filhote de lince que chamamos de Rex”, diz James Cameron. “Eles o criaram e depois o soltaram na natureza – ele voltou quando era adulto e comeu o Simon, nosso peru”, completa.
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O jardim do casal, que abriga 150 culturas diferentes, tem sido um empreendimento familiar. “Você poderia alimentar 40, 50 pessoas”, diz o diretor, acrescentando que a despensa da casa está bem abastecida. “A fazenda funciona com energia solar e eólica, então pode ficar completamente desconectada da rede elétrica pelo tempo que for necessário. Há uma sensação de segurança e santuário aqui”.
A Praia Drakes, com suas famosas ondas de surfe, fica a menos de 400 metros da casa. “Não há nada entre nós e a praia”, diz ele. “Você desce, olha para a esquerda e para a direita e não vê ninguém. Isso é muito, muito raro”.
A costa de Gaviota, com 122 quilômetros de extensão no condado de Santa Bárbara, é a maior área de costa não desenvolvida do sul da Califórnia. Limitada pelo Parque Nacional das Ilhas do Canal, conhecido como “Galápagos da América do Norte”, o frágil corredor da vida selvagem oferece um porto seguro para inúmeras espécies raras e ameaçadas.
A incrível variedade de ecossistemas interconectados – habitats entre marés, estuários, pradarias, matas costeiras e penhascos impressionantes – eram favoritos dos nativos americanos Chumash, que se estabeleceram na região há quase 10.000 anos.
“Era uma terra sagrada”, diz James Cameron. “Os Chumash chamavam toda a área de Portão Ocidental, porque era onde suas almas partiam através do oceano no final de suas vidas. E você sente isso de certa forma. Te impacta em um nível subconsciente”, completa.