Uma galeria para o design

Roca São Paulo Gallery, primeiro das Américas, nasce como espaço-conceito para desfilar os produtos mais incensados do segmento no planeta, além da efervescente programação artsy-cultural e das experiências sensoriais

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Ruy Teixeira
Ruy Teixeira

Roca São Paulo Gallery fica na Av. Brasil, 2188, Jardim América, São Paulo

Acessibilidade

Há mais de um século dedicada ao design, fabricação e comercialização de louças e metais, a Roca mistura tradição com conhecimento e sua paixão pela inovação com respeito ao meio ambiente. Não à toa, conquistou a proa no segmento. Com 76 fábricas e atuação em 170 países, é referência absoluta na Europa, América Latina e Índia – o que a posiciona como líder mundial do setor. Inaugurado no final de 2023 em São Paulo, a primeira galeria Roca das Américas é um espaço voltado ao relacionamento com o mercado, com as pessoas e com a cidade propriamente dita. “Muito mais do que um lugar para apresentar nossos produtos, o Roca São Paulo Gallery surgiu como uma forma de nos comunicarmos com o público especificador e a sociedade”, explica Marc Viardot, Diretor Global de Marketing & Design do Grupo Roca sobre o projeto que nasceu há 10 anos e que conta com prédios em Barcelona, Madri, Lisboa, Londres, Xangai e Pequim.

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O case em São Paulo tem arquitetura projetada por Fernanda Marques, profissional que carrega na bagagem prêmios como o iF Design, The International Property, Red Dot Design e AD Awards. Com o feito, Fernanda consolida representatividade, diversidade e inclusão – ela passa a ser a segunda mulher no planeta a encabeçar o projeto já que, antes dela, havia apenas a vencedora do Pritzker Zaha Hadid assinando o Roca London Gallery.

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O Roca São Paulo Gallery ocupa uma área de 1.300 m² e é composto por três blocos com arquiteturas distintas e complementares que representam cada uma das marcas do Grupo no Brasil – Roca, Celite e Incepa. O layout, sem divisórias fixas entre indoor/outdoor, promove a convivência em uma área que pode ser completamente moldada de acordo com o evento que recebe, com estrutura tecnológica. No perímetro, o projeto paisagístico é assinado por Alex Hanazaki, com jardim que imprime consonância com o espaço e seu entorno, a exemplo da praça que a empresa adotou e do painel de autoria de Roberto Burle Marx. De acordo com Hanazaki, sua concepção está centrada em três pilares: continuidade, amplitude e destaque à obra arquitetônica. Um novo polo multiúso (e multimídia), no compasso da tradição de mais de 100 anos e da evolução dos próximos 100 – e contando.

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Design & Desígno: uma vocação cultural

Quem passa pela Avenida Brasil, endereço imprescindível de São Paulo desde a era dos Barões do Café, fica instigado pelo volume horizontal vítreo que compõe a fachada – portentoso, contemporâneo, sóbrio, sem as nuances comerciais caras aos showrooms. Se já há algo de etéreo no ar, com as “tatuagens” naturais no frontão, do lado de dentro, a surpresa é ainda maior com a fachada interna serigrafada a partir de uma imagem de floresta da fotógrafa Vivi Spaco, que faz as árvores desenharem suas silhuetas no chão, conforme a luz do sol incide, até emendar nas grandes manchas verdes que estabelecem poucos limites entre indoor e outdoor. À noite, com a iluminação, o cubo parece ainda mais mágico. Um oásis cravado num dos venues mais agitados da cidade.

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Com cara, conteúdo e atitude de galeria de arte, o Roca São Paulo Gallery é muito mais do que um espaço expositivo dos produtos, propondo uma experiência panorâmica e sensorial com as peças da marca, assinadas pelos maiores criativos do planeta, dos brasileiros Ruy Ohtake, Fernanda Marques e João Armentano, a pontos cardeiais internacionais como David Chipperfield, Gabriele & Oscar Buratti, Toni Clariana, Carlos Ferrater e Antonio Bullo. Para quem curte o cross branding entre moda e arquitetura, há também produtos sob o selo Armani. Além de receptáculo para instalações-artsy, o espaço está pronto para receber ativações, simpósios, eventos e outras manifestações culturais de seu tempo. Tão atemporal quanto a marca centenária que o habita.

“A vegetação age como elemento definidor da fachada e molda o espaço interior do Roca São Paulo Gallery e a própria dinâmica de exposição dos produtos. Como em um santuário, com essa enorme caixa de vidro, pretendo sugerir estarmos diante de um bem precioso e delicado que justifica toda nossa atenção, criando o cenário ideal para ser um respiro para a cidade.” Fernanda Marques, autora do projeto.

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“A promoção de um projeto comercial de grande impacto estético promove visibilidade aos setores do paisagismo, arquitetura e design. Enquanto arquiteto paisagista, foi a ocasião perfeita para desafiar-se e romper os limites do convencional.” Alex Hanazaki, autor do paisagismo.

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Ona: a experiência que seduziu Milão, agora no Brasil

Atenta aos movimentos globais e liderando o segmento no mundo, a Roca surpreendeu no Fuorisalone 2023 – evento que acontece na órbita do Salone del Mobile de Milano durante a temporada de design mais expressiva do calendário internacional, com uma instalação imersiva da coleção Ona, que batiza exposição homônima, agora em cartaz no Roca São Paulo Gallery, com entrada franca.

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Inspirada na arquitetura e no estilo de vida mediterrâneos (extremamente cosmopolita, fundamentado em bem-estar e relação intrínseca com a natureza), a instalação oferece uma experiência impactante ao espectador, onde dunas de areia sob aquedutos cenográficos discutem plasticidade e meio ambiente com grande efeito visual – e fonte de inspiração inesgotável para os profissionais. Não perca!

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Por uma metrópole mais oxigenada

Brotando quase que organicamente dos jardins de ares babilônios, em atmosfera fresh e oxigenada que destaca os volumes arquitetônicos, o Roca São Paulo Gallery sopra uma brisa poética nos visitantes ao operar com poucos compartimentos entre dentro e fora, quase como as árvores superdimensionadas que compõem a segunda pele das vitrines. Bastante gráficas, as espécies vegetais selecionadas para a porção frontal do projeto utilizando diferentes texturas, cores e escalas, reforçam o shape purista das edificações, cada qual estabelecido com funções expositivas ora mais conceituais/ora mais objetivas. Nos interiores, a escolha de plantas tropicais densas e volumosas teve como intenção proporcionar a fluidez na transição dos espaços (amparados pelo melhor do design contemporâneo em móveis e acessórios essencialmente autorais) e promover as sensações de amplitude, conforto e acolhimento. De qualquer ponto de observação, seja da entrada ao atrium, passando pelo pátio interno, a sensação é a de estar em algum lugar idílico, bem longe das atribulações da metrópole.

Ruy Teixeira

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