“O cenário de arte brasileiro está em ebulição”. É o que afirma Graziela Martine, diretora de artes visuais do Instituto Artium. Essa afirmação vem do fato de que, de um tempo para cá, o mercado de arte tem virado os olhos expressivamente tanto à artistas recém formados, quanto aos póstumos que não receberam o devido reconhecimento. Mas há algo em comum entre essas duas categorias: os artistas em destaque são brasileiros.
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“Teremos pela primeira vez um curador brasileiro na Bienal de Veneza que escolheu diversos artistas de nosso país para participar desta edição, o que acaba atraindo o olhar dos estrangeiros para a produção nacional”, complementa Graziela. O curador citado por ela é Adriano Pedrosa, responsável pelo MASP, que irá focar em artistas de regiões menos eurocêntricas e que ainda não conquistaram o devido reconhecimento.
“Quando falamos de artistas jovens, é importante entender que é uma visão altamente especulativa. Alguns indícios podem significar que esse artista será uma aposta como: ganhar prêmios reconhecidos pelo ecossistema da arte (eg. prêmio PIPA); residências com grandes colecionadores ou instituições; exposições individuais ou coletivas em instituições e museus renomados, uma boa galeria o representando — entre outros. Hoje, o mercado está reconhecendo artistas que começaram atuar nos anos 90; Para você entender que isso é um jogo de longo prazo”, Nathalie Felsberg, CEO da Acervo In.Comum.
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A Forbes pediu para as curadoras indicarem artistas brasileiros da nova geração que devemos prestar atenção. Confira no carrossel:
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Reprodução/Instagram Ana Claudia Almeida
“Está fazendo seu MFA em Yale e muito jovem já tem um bom reconhecimento institucional.” – Nathalie Felsberg -
Reprodução/Instagram Arorá
“O trabalho de Arorá (2000, Rio de Janeiro), de certo modo, habita este espaço a partir da formatação do que a artista chama de “híbrido espacial”.” – Nathalie Felsberg -
Reprodução/Instagram Xadalu Tupã Jekupé
“Xadalu Tupã Jekupé é um artista indígena que vem ganhando destaque com suas frequentes exposições internacionais. Ganhador de alguns prêmios e editais, o artista se diferencia de seus pares pois trabalha em diferentes mídias como serigrafia, pintura, fotografia e instalações. Xadalu também se arrisca com a escrita, incluindo-a em suas obras. Em alguns projetos imprime um ar de street art em suas obras que pretendem retratar questões como a colonização e catequização de seu povo. Atuando como ativista, o artista tem encontrado atenção para sua causa e seu trabalho.” – Graziela Martine -
Reprodução/Instagram Castiel Vitorino Brasileiro
“Artista, escritora e psicóloga formada na Universidade Federal do Espírito Santo, Castiel atualmente é mestranda no programa de Psicologia Clínica da PUC-SP. Ela dribla, incorpora e mergulha em sua ontologia Bantu. Assume a cura como um momento perecível de liberdade. Estuda e constrói espiritualidade e ancestralidade interespecífica.” – Nathalie Felsberg -
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Reprodução/Instagram Elian Almeida
“O carioca Elian, de 30 anos, baseia sua prática na convergência de diferentes linguagens, como pintura, fotografia, vídeo e instalação, tornando-se expoente de uma nova geração de artistas produtores de objetos e imagens que reivindicam protagonismo para agentes e corpos usualmente marginalizados em nossa sociedade e na tradição da arte. Com uma abordagem decolonial, seu trabalho se debruça sobre a experiência e performatividade do corpo negro na sociedade contemporânea.” – Nathalie Felsberg -
Reprodução/Instagram Gustavo Caboco
“Artista visual Wapichana de 35 anos, Gustavo trabalha na rede Paraná-Roraima e nos caminhos de retorno à terra. Sua produção com desenho-documento, pintura, texto, bordado, animação e performance propõe maneiras de refletir sobre os deslocamentos dos corpos indígenas, as retomadas de memória e na pesquisa autônoma em acervos museológicos para contribuir na luta dos povos indígenas.” – Nathalie Felsberg -
Reprodução/Instagram Iagor Peres
“Membro do coletivo Carni (Coletivo de Arte Negra e Indígena), atualmente participa do Programa de Estudios Independientes no MACBA em Barcelona.” – Nathalie Felsberg -
Reprodução/Instagram Sophia Loeb
“A artista nacional em grande ascensão no momento chama-se Sophia Loeb. Aos 27 anos, Sophia conseguiu chegar a um lugar em que nenhum artista de sua geração chegou ainda e sua trajetória está apenas começando. Representada pela Pippy Houldsworth Gallery de Londres, Sophia é ex-aluna da Goldsmiths University e do Royal College of Arts, participou das principais feiras mundiais esse ano, entrou para coleções privadas importantíssimas e foi destaque na imprensa londrina. Sua galerista já está segurando a venda de suas obras e escolhendo a dedo seus novos colecionadores e futuros projetos. A partir da experiência sensorial intensificada de sua própria prática de meditação, a pintura de Sophia materializa sensações, sejam elas internas – nossos pensamentos e sentimentos, por exemplo – ou externas – nossa percepção de outras vidas e ambientes. Ela também se joga ousadamente nas cerâmicas.” – Graziela Martine -
Reprodução/Instagram Josi
“Contemplada pelo 8º Prêmio Artes Tomie Ohtake e Prêmio Pipa, Josi produz delicadas pinturas usando caldo de feijão, pó de café, terra colhida entre as brechas do asfalto e o que mais seu olhar sensível ao cotidiano encontra.” – Nathalie Felsberg -
Reprodução/Instagram Luana Vitra
“Participou da Bienal de São Paulo com uma grande obra, está expondo em um pavilhão em Inhotim e agora vai abrir uma exposição individual na Mendes Wood DM em Nova York.” – Nathalie Felsberg -
Reprodução/Instagram Rayana Rayo
“Em 2015, quando a artista pernambucana decidiu largar a advocacia e assumir-se artista. Filha do também artista José Carlos Viana, ela queria que seu trabalho tivesse traço e caminho próprio. E conseguiu. Suas pinturas hipnotizam por apresentar abstrações de um mundo híbrido, lúdico e surrealista onde o vernacular encontra um futuro retrô.” – Nathalie Felsberg
Ana Claudia Almeida
“Está fazendo seu MFA em Yale e muito jovem já tem um bom reconhecimento institucional.” – Nathalie Felsberg