O Met Gala, abreviação de Metropolitan Museum of Art Costume Institute Gala, é um evento anual de arrecadação de fundos para o Metropolitan Museum of Art’s Costume Institute, localizado em Nova York. O evento marca a abertura da exposição de moda anual do Instituto e é conhecido por ser um dos mais importantes e glamorosos do calendário do mundo fashion.
A história do Met Gala remonta a 1948, quando foi criado como uma forma de arrecadar fundos para o Costume Institute, que na época era chamado de Museum of Costume Art. O evento foi originalmente concebido como uma forma de atrair doadores para o instituto, que dependia principalmente de doações privadas para financiar suas operações. O primeiro foi organizado pela figura da alta sociedade Eleanor Lambert e realizado no Waldorf-Astoria Hotel, em NY. Era um evento relativamente simples, comparado aos eventos de hoje, com ingressos vendidos a US$ 50 (R$ 255) cada.
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Com o passar dos anos, o Met Gala cresceu em tamanho e importância, tornando-se um dos eventos mais prestigiados do mundo da moda. Em 1973, a icônica editora de moda Diana Vreeland assumiu a direção do Costume Institute e transformou o evento em um dos pontos altos do calendário social de Nova York. Em 1995, Anna Wintour assumiu o cargo de presidente honorária do Met Gala e ajudou a transformá-lo no evento de moda mais importante do ano. Sob sua direção, ele cresceu em tamanho e influência, atraindo celebridades de todo o mundo e arrecadando milhões de dólares para o Costume Institute.
“O Met não tinha nada de moda antes dela (Anna Wintour). Ela montou a primeira exposição do Museum of Costume Art, que apresentava ao público o que havia sido o mais importante no fashion design em todas as décadas. O que Anna quis fazer foi criar a noite de gala que conhecemos hoje, que a cada ano foi ficando mais sofisticada e atraindo mais pessoas”, conta Costanza Pascolato, empresária e consultora de moda
Hoje, o Met Gala é conhecido por seus temas extravagantes e pela moda arrojada usada pelos participantes. O evento é frequentemente descrito como “o Oscar da moda” e atrai algumas das personalidades mais famosas do mundo da moda, do cinema, da música e da arte. Mas a questão levantada nos últimos anos é se o Met continua sendo o grande referencial de design de roupas que sempre foi.
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É fato que o evento continua a atrair a atenção da mídia e do público em geral, com cobertura extensiva em redes sociais, revistas e sites de moda. A cada ano, o tema do Met Gala inspira estilistas, celebridades e entusiastas da moda a criarem looks únicos e memoráveis, gerando discussões e debates sobre estilo e criatividade.
Além disso, o Met Gala continua a ser um importante evento de arrecadação de fundos para o Costume Institute, ajudando a financiar exposições e programas educacionais que promovem a compreensão da moda como uma forma de arte.
“O Met deve gerar mais mídias espontâneas do que qualquer desfile de moda do mundo. É assustadora a repercussão que o Met Gala tem hoje. E acho que hoje em dia ele é até mais um desfile de costume do que um evento de vendas, porque o que é apresentado lá não é roupa, é figurino. Ele não é mais um evento de moda. Mas, independente disso, é muito importante e se presta muito bem ao seu objetivo, que é angariar fundos para o Costume Institute e chamar a atenção das pessoas que não praticam a moda, que não precisam da moda, que não são do meio”, argumenta Lorenzo Merlino, designer, professor e estudioso de moda.
Por outro lado, há argumentos contra a ideia de que o Met Gala mantém a mesma relevância de quando foi criado. Alguns críticos argumentam que o evento se tornou excessivamente comercializado e superficial, com foco em celebridades e seus looks extravagantes, em detrimento do verdadeiro propósito do evento: arrecadar fundos para o Costume Institute e promover a moda como uma forma de expressão artística.
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“O Met Gala é um reflexo do que estamos vivendo. É um retrato, um espelho do comportamento do momento. Antigamente era diferente, pois a divulgação da moda era feita só no impresso, hoje ele continua sendo muito falado, mas teve seu poder estremecido pela perda do poder das revistas”, opina Costanza.
Além disso, há críticas de que o Met Gala não reflete adequadamente a diversidade da indústria da moda, com pouca representação de estilistas e modelos de origens diversas. Isso levanta questões sobre a relevância do evento em um mundo cada vez mais consciente da importância da inclusão e da representatividade.
O Met mudou seu formato a partir de uma virada de chave muito importante: a entrada da internet na jogada. “Tudo o que acontece na rede social é muito imediatista, dura menos tempo. Faz efeito, é extraordinário, mas não é perene. É por isso que a relevância do evento durou até pouco tempo atrás”, diz Costanza. Mas Lorenzo discorda: “a definição do Met hoje em dia é o desfile de figurinos de moda em celebridades para gerar likes e seguidores. É a mesma importância de antes, só mudou a forma de comunicação com o público. Afinal, se não fosse mais tão importante, as empresas não participariam. A Louis Vuitton não investe algumas centenas de milhares de euros para fabricar uma roupa específica para uma celebridade. O retorno que o Met traz é a vontade do público de consumir não aquele figurino, mas aquela marca”, conclui.