Moradores do Rio Grande do Sul aguardam socorro. Chuvas fortes que atingem o Estado desde a semana passada afetaram 401 dos 497 municípios gaúchos, segundo dados divulgados pela prefeitura do RS. Ao menos 140 mil pessoas estão desabrigadas até o momento que escrevo esta matéria. Porto Alegre foi especialmente impactada devido ao transbordamento do rio Guaíba, cujo nível da água está em 5,22 metros, quatro metros acima do volume normal, de acordo com o Centro Integrado de Coordenação de Serviços da cidade.
-
Siga o canal da Forbes e de Forbes Money no WhatsApp e receba as principais notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida
O Movimento União BR, especializado em criar hubs de emergência em todo o Brasil, arrecadou R$ 14 milhões em doações e itens para o Rio Grande do Sul. Atuando na região desde as fortes chuvas de setembro de 2023, o movimento intensificou seus esforços durante a maior tragédia climática do país.
“Estamos no Rio Grande do Sul desde a outra tragédia, em setembro do ano passado, que atingiu cerca de 40 municípios. Fornecemos geladeiras, fogões, colchões, alimentos e tudo mais nesse período. Estávamos reconstruindo três escolas e terminando as duas últimas quando a tragédia climática aconteceu. Agora, são milhares de pessoas. Não sei dizer quanto tempo levará para reconstruir tudo, porque nunca vi algo assim. É um ambiente de guerra.”, disse Tatiana Monteiro Barros, fundadora do Movimento União BR.
Mais de 300 mil itens foram entregues pelo movimento até agora, incluindo refeições desidratadas, kits de higiene pessoal, filtros purificadores de água e cobertores. A logística eficiente e assertiva se deve à presença prévia da entidade na região. Em parceria com o governo do RS, Defesa Civil, ONGs locais e cozinhas solidárias, o União BR visa auxiliar as famílias impactadas de forma emergencial, contando novamente com o programa Aviões Solidários da Latam para as entregas.
Leia também:
- Tim Cook anuncia doações da Apple para o Rio Grande do Sul
- Ministro da Agricultura fala em fundo garantidor para crédito ao agro do Rio Grande do Sul
- Chuvas afetam fase final de safras de soja, arroz e milho do Rio Grande do Sul
As doações estão sendo direcionadas para cidades duramente atingidas pelas chuvas, como Alvorada, Arroio do Meio, Bento Gonçalves, Cachoeirinha, Canoas, Caxias, Charqueadas, Colinas, Cruzeiro do Sul, Esteio, Estrela, Gravataí, Jaguari, Lajeado, Montenegro, Muçum, Porto Alegre, Rocca Sales, Santa Maria, Santa Rita, São Jerônimo, São Leopoldo, São Sebastião do Caí, Sapucaia do Sul, Triunfo, Venâncio Aires e Vera Cruz. O Movimento conta com apoio de empresas e entidades como Itaú Unibanco, Petrobras, Banco Safra, Latam, Fedex, entre outros, com o Instituto da Criança como gestor financeiro da campanha. Qualquer pessoa pode doar, de qualquer estado do país, e Tatiana conta quais são os itens mais importantes nesse momento.
“Acho que tem vários caminhos. O pix funciona, para o nosso movimento, a gente vai ajudar na reconstrução. A gente vai precisar de tudo. Mas, nesse momento, é complexo enviar roupa. A gente não está conseguindo distribuir. O cidadão comum pode ajudar mais divulgando ações, doando itens de higiene, alimentos não perecíveis, ração para os animais, água, em pontos de coleta espalhados pelo país, como nos correios. E entregar a doação de forma organizada, da maneira que você gostaria de receber. É muito importante mandar cobertor, também, que eu acho melhor do que roupa neste momento. Colchão também é um item muito bom no momento”.