Kim Jones junta arte e tradição em ótima coleção masculina da Dior

O diretor criativo se juntou ao ceramista sul-africano Hylton Nel e mergulhou nos arquivos da Maison para o verão 2025, apresentado nesta sexta (21), em Paris

Sylvain Justum

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Desfile da Dior aconteceu na última sexta-feira (21)

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O diretor criativo Kim Jones mergulhou nos arquivos da Maison Dior e na obra do ceramista sul-africano Hylton Nel para entregar uma coleção masculina de verão 2025 muito coesa e refinada. A base da construção das roupas é o savoir-faire artesanal dos ateliês da grife francesa, nos quais são desenvolvidas tramas e texturas preciosas, alimentadas pela tradição do feito à mão. Da obra de Nel nasceram as esculturas agigantadas de gatos que decoraram a passarela, múltiplas estampas e os desenhos lúdicos dos tricôs felpudos que devem ser best-sellers.

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Dos arquivos da Maison, sobretudo da fase Yves Saint Laurent (1957-1960), saem as formas que conduzem a alfaiataria e o outerwear da coleção. As linhas arredondadas de um casaco inédito, imaginado por Saint Laurent em 1958, ganham vida e dão o contorno das mangas em diferentes modelos de casacos encasulados, mas também desenham calças amplas e os muitos shorts apresentados no desfile. Já os foulards, usados como golas sobressalentes em diversos looks, remetem a outra criação de Saint Laurent, desta vez do inverno 1960, batizada de Négatif. Apoiadas nos ombros dos modelos, as peças ajudaram a quebrar a sisudez do cinza dos costumes, graças aos arabescos coloridos inspirados nas pinturas tradicionais em cerâmica. O resultado é divertido.

Entre os acessórios, destaque para novas versões das bolsas Saddle, um clássico da Dior há mais de 25 anos, e para as botas de cano alto que usam base de tamancos holandeses e se transformam em versões soft dos modelos de motoqueiro graças às aplicações rebuscadas de tachas metalizadas. Elas formam desenhos que também remetem à obra de Hylton Nel. Cereja no bolo: os chapéus estilo bucket desenvolvidos pelo mestre Stephen Jones em parceria com a marca Earth Age, também sul-africana, como o artista convidado. Uma coleção muito competente de Kim Jones, que consegue manter atualizada a sua verve de alfaiate ao adaptar o uniforme do homem Dior aos desejos mais práticos das ruas do século 21.

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Confira imagens do desfile:

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    Dior Verão 2025

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