Nesta coluna, escrevo sobre dois assuntos, o primeiro é a curadoria do historiador Luis Pérez-Oramas para a exposição “Co(r)respondências: afinidades construtivas/ pintura como superfície”, em exibição na nossa galeria no Chelsea em Nova York. As treze obras de um conjunto de artistas brasileiros e internacionais tem como como foco mostrar que as artes visuais representam uma manifestação única para se debater as diferenças.
A proposta de Oramas, um dos grandes intelectuais da arte contemporânea, é estimular um diálogo entre as obras baseado em duas premissas: a pintura como tratamento especial de uma superfície ou um plano, e a análise dos tipos de “construções” que resultam desse tratamento.
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Para facilitar a visualização desta correpondência, diálogo ou da química pictórica entre as obras, a montagem da coletiva está dividida em cinco núcleos:
-Montagem Construtiva e sua relação com o Espaço: com trabalhos de Lydia Okumura, Bruno Munari, Elaine Reichek e Lucia Koch
–Composições Seriadas de Formas Elementares: com Bruno Munari, Tomie Ohtake e Abraham Palatnik
–Superfícies Mutáveis enquanto Agentes de Deslocamento Temporal e Espacial: com trabalhos de Carlos Bunga e Eugenio Dittborn
–Repetição entre Ordem e Caos: com Antonio Dias, Chris Martin e Bruno Dunley
– Superfícies Gestuais: com obras de Karin Lambrecht, Mira Schendel e Cristina Canale.
Para este projeto, Oramas se inspirou em uma afirmação esclarecedora, do pintor simbolista francês Maurice Denis (1870-1943), a ter em mente em nossos mergulhos no universo das artes visuais: “Lembrem-se que antes de ser uma representação de um cavalo de guerra, de uma mulher nua ou ainda de uma anedota, um quadro é por essência uma superfície plana ocupada por cores arrumadas numa certa ordem”.
SERVIÇO:
- Co(r)respondências: afinidades construtivas/pintura como superfície
- Até 16 de agosto, 2024
- Curadoria de Luis Pérez-Oramas
- Galeria Nara Roesler / Nova York
A arte da reflexão irônica de Marcos Chaves
O artista carioca Marcos Chaves lançou seu livro na nossa galeria nova iorquina na semana passada
O livro “It Looked, and I Looked Back”, assim mesmo com título em inglês, é um convite para o olhar embarcar em uma viagem visual recheada de humor e toques importantes, característica da obra lúcida e socialmente consciente do carioca Marcos Chaves (n. 1961). Trata-se de uma edição limitada em capa dura de apenas 50 exemplares, todos assinados e numerados, com introdução de Bernardo Mosqueira e ensaio de Luisa Duarte, publicado pela KMEC Books, editora internacional especializada em livros de arte, e impresso na Itália pelo grupo Faenza.
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Nas 248 páginas estão imagens que vão do Rio de Janeiro a Katmandu a Nova York feitas pelo artista, e páginas com pares de fotografias que dialogam entre si, revelando o humor no nosso cotidiano que, na maioria das vezes, mal percebemos. A reflexão filosófica, irônica, do olhar crítico de Marcos Chaves, é o fio condutor de sua rica obra multimídia que se baseia em um comentário sério, mas divertido, sobre as idiossincrasias da própria vida, alertando sobre o caráter ambíguo que habita no prosaico de nossa sociedade e cultura.
Para reservar um exemplar, envie e-mail para: [email protected]
Com colaboração de Cynthia Garcia, historiadora de arte, premiada pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) [email protected]
Nara Roesler fundou a Galeria Nara Roesler em 1989. Com a sociedade de seus filhos Alexandre e Daniel, a galeria em São Paulo, uma das mais expressivas do mercado, ampliou a atuação inaugurando no Rio de Janeiro, em 2014, e no ano seguinte em Nova York.
[email protected]
Instagram: @galerianararoesler
http://www.nararoesler.com.br/
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