Prestes a dar à luz sua primeira filha, com oito meses e três semanas de gravidez, Iza vai subir ao palco do Rock in Rio. A pequena Nala inaugura um novo momento de vida e carreira para a cantora. “Não trabalho mais só para mim agora. Estou construindo algo, tenho uma herdeira. Isso vai ser um gás diferente para que eu trabalhe de forma diferente também”, disse em entrevista à Forbes.
O show de uma hora de duração, em 20 de setembro, deve ser “mais contido”, mas têm exigido uma rotina de preparativos: exercícios diários e cuidados com a alimentação e a saúde mental. “Ainda é um pouco inimaginável para mim.”
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Iza já prevê que o trabalho irá duplicar com a maternidade, mas conta com uma rede de apoio familiar e profissional. “Quero que a minha filha saiba que vive em um lugar seguro, que as pessoas que vão fazer parte desse lar e dessa rede só querem que ela se sinta o mais completa e vulnerável possível quando estiver perto de nós.”
O foco no trabalho não muda. Com apenas oito anos de carreira, a artista e Forbes Under 30 2018 se consolidou como um dos maiores nomes da música nacional e foi além do Brasil. Recebeu duas indicações ao Grammy Latino, uma em 2018 e outra em 2023, e foi eleita uma das 100 Afrodescentes Mais Influentes do Mundo pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 2020.
Conhecida por ser uma voz ativa na luta contra o racismo e referência de empoderamento feminino, Iza ressalta os desafios que ainda persistem na música para as mulheres negras. “Ao mesmo tempo que é muito satisfatório ver várias artistas aparecendo e tomando seu espaço, a gente ainda se depara com muita desigualdade.”
Embaixadora de marcas como TIM, Natura, Pantene, Fendi e Francis, ela conta com quase 22 milhões de seguidores no Instagram e mais de 4 milhões de ouvintes mensais no Spotify.
No Rock in Rio deste ano, a cantora estrela uma campanha em parceria com a TIM. “Criamos um filme que celebra a história da Iza, mostrando como a internet a ajudou a migrar da plateia para os palcos do Rock in Rio”, diz Camila Ribeiro, diretora de comunicação e marca da TIM.
Apesar dos reconhecimentos, Iza ainda se sente uma novata no ramo, mas tem um novo significado para o sucesso: “Antes, minha visão estava atrelada a números. Agora, entendo que é sobre como você toca as pessoas.”
A carreira internacional ainda não está na mira da artista, mas Iza garante que as parcerias com grandes nomes de diferentes países devem continuar. “Espero que esse momento da minha vida continue a me trazer novos encontros”, afirma a cantora, que se uniu a Sam Smith para lançar uma versão inédita de “Lay Me Down”, faixa do álbum de estreia do artista britânico, em agosto.
Como um ano e tanto, 2024 vai ficar marcado na vida da artista por sua intensidade. Com a chegada da filha e a promessa de seu ano mais musical, Iza firma novas conquistas enquanto ainda guarda alguns sonhos para realizar. “Sinto que a minha vida está só começando.”
Confira, abaixo, destaques da entrevista com a cantora Iza
Forbes: Você vai se apresentar mais uma vez no Rock in Rio, mas, este ano, as condições vão ser diferentes. Como está se preparando para subir ao palco com quase nove meses de gravidez? O que deve ser diferente das suas outras apresentações?
Iza: Subir ao palco com oito meses e três semanas de gravidez ainda é um pouco inimaginável para mim. As pessoas me perguntam como eu acho que vai ser, e eu não faço ideia.
Acredito que vai ser como os outros shows que fiz, com momentos de muito autocuidado. Ao mesmo tempo, a partir da hora que estou em cima do palco, eu sou tomada por uma segurança e tranquilidade muito grande. Faço o que tenho que fazer.
É óbvio, também, que sou uma pessoa consciente e não quero apelar, então vai ser um show onde terei menos movimentação. Vou dançar, mas será algo mais contido. Não dizem que depois de nove meses vai sair o resultado? Então, é com calma que vou para lá.
Tenho feito os exercícios diários, tomado conta da minha alimentação, do meu sono e da minha cabeça. Estou fazendo tudo o que posso e acho que vai ser uma apresentação que ficará na minha memória para sempre.
É a sua quarta vez se apresentando no festival e, dentre diversas conquistas, hoje você tem mais de 4 milhões de ouvintes mensais no Spotify. Como avalia essa trajetória até aqui e esse momento de carreira?
Sou muito grata pelas coisas que já aconteceram em tão pouco tempo. Eu ainda acho que tenho pouco tempo de carreira, me sinto novata. Sou muito feliz pelas coisas que aconteceram na minha vida até aqui, com essas conquistas, os encontros incríveis, trocas com artistas que admiro, os números e a forma como as pessoas constroem e consomem a minha música.
Prestes a encarar a maternidade, como planeja conciliar o tempo com a sua filha com os seus planos de carreira? Quais desafios espera pela frente?
Os desafios que vou enfrentar pela frente são parecidos com os desafios que qualquer mãe enfrenta no dia a dia. Óbvio que eu tenho o privilégio de ter minha mãe e minha família comigo e uma rede de apoio muito grande. Não só familiar, mas profissional também.
Tudo isso me ajuda muito a trabalhar, mas acho que agora o trabalho vai duplicar. Não trabalho mais só para mim. Estou construindo algo, tenho uma herdeira agora. Isso vai ser um gás diferente para que eu trabalhe de forma diferente também.
Acho que o meu maior desafio vai ser ficar longe dela, mas ela ainda nem chegou, então não quero nem pensar nisso.
O que espera deixar de legado para sua filha?
Quero que minha filha saiba que ela pode fazer o que ela quiser, que vai ser uma mulher incrível, que é muito amada, que vive em um lugar seguro, onde as pessoas que vão fazer parte desse lar e dessa rede de apoio só querem que ela se sinta o mais completa e vulnerável possível quando estiver perto de nós, que ela tenha coragem de ser quem ela é.
Você sempre destacou a importância do protagonismo de mulheres negras. Como é ver cada vez mais mulheres ocupando esse espaço?
Ao mesmo tempo que é muito satisfatório ver várias mulheres aparecendo e tomando seu espaço na música, a gente ainda se depara com muita desigualdade. No meio salarial, na hora da contratação, na forma como a mídia trata as mulheres e os homens. Muito ainda precisa ser feito, mas é óbvio que a gente precisa fazer todas as mudanças de uma forma positiva.
O significado de sucesso mudou para você com o passar do tempo?
Acredito que sucesso seja uma coisa muito relativa. Essa definição do que é sucesso mudou muito para mim. Eu era muito leiga no início. Ainda me sinto leiga, mas eu era muito mais.
Minha visão de sucesso estava atrelada a números e, agora, entendo que é sobre como você toca as pessoas, pelo menos para mim. Cada um tem uma visão daquele sucesso que é necessário para te satisfazer com o seu próprio trabalho.
É muito legal ver que você deixa uma marca nas pessoas, ver o quanto elas te respeitam, saber que você é bem-vinda nos lugares e que pessoas que você admira te admiram de volta. Isso, para mim, é sucesso. Ainda tenho muitos sonhos para realizar, sinto que a minha vida está só começando.
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Mira em novos horizontes e países para crescer com uma carreira internacional ou quer focar no Brasil?
Nutrir e criar uma carreira internacional não é tão simples. Sempre fico muito feliz quando aparecem essas possibilidades de encontros, como as parcerias com a Ciara, a Lianne, o CeeLo Green, a Alicia Keys, o Sam Smith e o Major. Mas ter uma carreira internacional vai além disso.
De qualquer forma, quero que esse seja o ano mais musical da minha vida. Espero muito que esse novo momento da minha vida focado na música e nessa construção musical continue a me trazer novos encontros.