A HBO está investindo no universo DC com sua mais recente novidade. Trata-se de “O Pinguim“, um spin-off do filme “The Batman” (2022), de Matt Reeves, que não faz parte do Universo DC (nem mesmo o estendido). No longa, Colin Farrell interpretou o Pinguim como um personagem coadjuvante, mas agora ele está prestes a ter dez vezes mais tempo de tela do que o Bruce Wayne/Batman de Robert Pattinson teve no filme.
O primeiro episódio foi ao ar na quinta-feira (19), mas a série será exibida sempre aos domingos, ocupando o espaço que antes era de “House of the Dragon”, como a oferta “premium” da HBO nesse horário. E sim, ela merece essa posição. A partir daqui, spoilers sobre o enredo à frente.
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Até o momento, “O Pinguim” está longe de qualquer coisa que se assemelhe a um típico enredo de super-herói. A série é um puro drama de máfia, focado nas consequências dos eventos em que o Charada inundou Gotham – algo que o Batman, com certeza, não vai conseguir resolver sozinho. Seria surpreendente se ele sequer aparecesse na série. Há uma luta pelo poder no submundo do crime após a morte de Carmine Falcone, e a série começa com a execução chocante de seu filho e sucessor, pelas mãos de Oz (Pinguim).
A trama então se transforma em um drama peculiar de “companheirismo”, com o Pinguim recrutando um jovem para ajudá-lo em seus novos planos, em vez de executá-lo, mesmo após o garoto testemunhar a disposição do corpo de Falcone. Parece que Oz quer um aprendiz. Agora, o Pinguim está jogando dos dois lados – os Falcone e os Moroni – e consegue escapar de ser responsabilizado pelo assassinato, graças a um plano surpreendentemente brilhante.
Apesar de já termos visto isso em “The Batman”, é quase impossível acreditar que Colin Farrell está sob aquela maquiagem e próteses. Sem dúvida, é um dos trabalhos mais impressionantes de efeitos práticos que já vi. Sabe como é difícil criar um personagem em um drama de máfia realista com tanto “apetrecho” no rosto e ainda vestindo um traje corporal? Mas realmente funciona, e Farrell está excelente. Ele está irreconhecível, não apenas visualmente, mas em sua atuação também, diferente de qualquer outra coisa que já o vimos fazer. Agora fica fácil entender por que deram a ele sua própria série.
E embora ela tenha menos tempo de tela, está claro que Sofia Falcone, interpretada por Cristin Milioti, será uma presença igualmente excelente na série. Ela entende os movimentos de Oz melhor do que ninguém e, pelo visto, será a antagonista da trama (embora, claro, o próprio Pinguim seja um vilão). Até agora, ela fez por merecer esse título.
Sabemos que James Gunn está planejando uma versão mais leve da DC, em comparação tanto com o Universo Estendido DC quanto com esse universo de Reeves, mas é difícil negar que a visão de Gotham de Reeves é uma das melhores que já vimos. Provavelmente teremos uma trilogia de filmes, essa minissérie do Pinguim e, pelo menos, mais uma ou duas séries da HBO até que tudo seja concluído. E, até agora, Reeves e sua equipe acertaram em cheio. Aposto que, se tiverem a chance, vão conseguir mais alguns sucessos.