José Loreto vive uma fase intensa. Após uma sequência de papéis de destaque em novelas da Globo, que vão do remake de “Pantanal” ao recente vilão cômico em “No Rancho Fundo”, o ator reflete sobre sua trajetória e amadurecimento. Aos 40 anos, e com metade desse tempo dedicado à atuação, o niteroiense está distante de se contentar com o que já conquistou. “Ainda estou longe do auge”, garante em entrevista à Forbes.
Ele quer mais – e não apenas no campo artístico. Nos últimos tempos, sua “menina dos olhos” é o empreendedorismo, área que abraçou com entusiasmo. Já sócio de um restaurante japonês no Rio, Loreto lançou em setembro sua primeira coleção de roupas, fruto de uma parceria com a Blueman. E adianta: há novos projetos no horizonte, incluindo sua própria marca de moda independente.
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A diversificação de negócios surgiu como uma forma de equilibrar a inconstância natural da carreira de ator, explica. Agora, com novos desafios no cinema e no empreendedorismo, a missão de Loreto é equilibrar os projetos profissionais com momentos de calmaria, especialmente ao lado de sua filha de seis anos.
A seguir, confira os principais trechos da conversa com José Loreto, na qual ele fala sobre moda, negócios e sua nova fase de vida.
Forbes Brasil: Você vem de uma toada de novelas, com várias produções seguidas. O que essa temporada de filmagens te ensinou sobre trabalho?
José Loreto: Ter feito trabalhos consecutivos faz a gente amadurecer. Acho que as artes cênicas são como uma musculação: quanto mais se exercita, melhor você fica. Isso me deu um pensamento mais rápido, soluções mais ágeis, e me ajudou a alcançar objetivos cênicos e criativos, sem ter aquele trabalhão. Já sei o caminho mais rápido para chegar em alguns lugares, é assim que me sinto: mais maduro em cena. E uma coisa que tem me ensinado, com todas essas produções seguidas, é a diferença que faz um bom backstage, com pessoas que têm intimidade. Não adianta, a gente leva tudo para a tela. Então um clima bom por trás das câmeras, a sintonia dos atores, a intimidade para jogar, transborda no resultado final. São coisas fundamentais para o sucesso de uma produção.
Sua última novela, “No Rancho Fundo”, terminou recentemente. Qual saldo você tira de interpretar um vilão cômico?
Eu achei muito maravilhoso! Cada vez mais quero personagens com mais camadas, que não sejam só uma coisa. O Marcelo foi um vilão do início ao fim, querido e carismático, com esse humor, sempre se dando mal, com a língua afiada e pensamento rápido. Eu achei muito desafiador, um personagem que eu nunca tinha feito nada parecido. Foi nota 10.
Diria que está no auge da sua carreira? O que ainda quer alcançar?
Acho que estou em um dos melhores momentos desses 20 anos de carreira, mas ainda longe do auge. Quero fazer muitos personagens ainda, explorar cinema, fazer muito teatro. Tem coisa melhor para chegar.
Quais novidades para os próximos meses você pode nos adiantar? O que mais te tem animado?
Agora já estou com um personagem novo para um filme, que está me desafiando muito. Neste exato momento, estou na preparação – inclusive vendo a prova de roupas do figurino. Então vou fazer cinema, que é uma coisa que eu estava com muita saudade. E também estou empreendendo, gosto de diversificar. Já tinha um restaurante japonês e uma das maiores novidades é a moda. Entrei agora de cabeça, com uma coleção chamada ZÉZ, em parceria com a BlueMan e, daqui a um tempo vou lançar uma marca por conta própria. Está sendo muito legal esse processo. Aos poucos vou revelando outros negócios e bandeiras que estou levantando.
Empreender é importante para você? Como essa parte da sua vida começou?
Sim! Sempre vi que a atuação é uma montanha-russa. Às vezes você está trabalhando, às vezes não. Uma hora é muito requisitado, na outra já precisa dar uma desacelerada. E aí empreender foi natural. Meus sócios são amigos de escola, de Niterói, que me chamaram para estar com eles. Somei na sociedade e está dando cada vez mais certo. A gente quer abrir outras coisas, outras frentes, mas, como diz minha mãe: um pezinho atrás do outro.
Qual é a sua relação com a moda e o que quis trazer de diferente para sua etiqueta?
Essa relação já vem de algum tempo. Quando fiz o papel de Lui Lorenzo na novela “Vai na Fé”, vi como a moda de fato interfere no personagem. Foi aí que ela entrou na minha vida e acho que nunca mais vai sair. Percebi o quanto a moda e a irreverência afetam nossa autoestima e a personalidade. Quis botar isso para fora, quis fazer uma coisa que era a minha cara, e nasceu a ZÉZ. Vamos ver para onde isso vai, porque a moda é tão fluida e volátil.
Você estreou um curta da coleção BOSS X ASTON MARTIN, dirigindo um carro da marca. Que relação vê entre moda e automobilismo?
A Boss e a Aston Martin são duas coisas maravilhosas que, juntas, se transformam em algo ainda melhor. A moda está em todo lugar, e acho que no automobilismo mais ainda – muito presente, muito característica em manter a irreverência e o estilo próprio. Uma coisa puxa a outra. A vontade de usar aquela moda dá vontade de estar dentro daquele carro.
Qual é a expectativa para 2025?
Continuar com trabalhos maravilhosos, personagens e projetos interessantes. Já tenho algumas frentes e opções para 2025, mas quero principalmente tocar minhas próprias coisas, minhas próprias histórias. E ter mais tempo, mais calma, mais momentos de lazer, viajar mais com minha filha. É isso: menos é mais. Só que menos, com mais qualidade.