Na manhã desta terça-feira (28/02) a Chanel apresentou sua coleção de alta-costura para a primavera/verão 2025, uma das últimas criadas exclusivamente pela equipe interna da maison francesa antes da chegada do novo diretor criativo, Mathieu Blazy (cuja estreia foi marcada para outubro). A falta de um nome na assinatura, no entanto, não impediu que a grife fizesse mais uma demonstração de seu extraordinário savoir-faire, celebrando 110 anos de couture e também as dezenas de pares de petites mains que estão por trás da criação das peças – tema para um vídeo documental lançado pouco antes do desfile nas redes sociais da marca. Aqui, 7 ideias para conhecer a nova coleção.
Cor, por favor
“O conforto tem formas, o amor tem cores” disse Gabrielle Chanel. Em uma de suas coleções recentes mais coloridas, a grife amplia a percepção sobre sua cartela (associada, principalmente, ao preto, ao lado do branco e do bege), multiplicando as possibilidades cromáticas, em uma sequência que vai dos tons pastel à intensidade de roxos e pinks, presentes tanto do lado direito quanto do avesso, nos forros – você já deve ter ouvido que uma roupa de alta-costura merece ser vista também por dentro. A mensagem da maison é mais uma prova disso.
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Leveza
Há 130 horas de trabalho debruçado sobre a criação de um único casaqueto de tweed de alta-costura da Chanel, para que 30 medidas da cliente sejam tiradas antes que as 18 partes da peça sejam unidas. Mas que ninguém se engane: o peso técnico e histórico que marca a herança da maison na alta-costura não impediu que a nova coleção surgisse leve – seja na construção em camadas dos vestidos, seja na fluidez dos tecidos translúcidos ultrafinos.
Cambon
Repare no espelho presente no cenário do desfile, no centro do Grand Palais: ele parece refletir os 110 anos da Chanel na arte da alta-costura, que são celebrados neste 2025. São espelhos como esses, afinal, que recebem as clientes até hoje na Rue Cambon, em Paris, revestindo a icônica escadaria que leva aos ateliês de couture no piso superior do prédio, hoje tombado como patrimônio histórico da capital francesa.
Corte
Uma linha preta, marcante, divide o corpo das modelos na metade. Esse corte vem na forma de cintos, presentes em grande parte dos looks desfilados hoje. Eles aparecem posicionados em alturas diferentes, ora marcando a cintura sobre vestidos delicados, ora situados mais embaixo, evocando um perfume de prêt-a-porter sobre conjuntos de casaco e saia de tweed.
Youth
Saias com comprimentos curtos, cabelos soltos de maneira natural, blush rosado nas maçãs do rosto: do styling à beleza, a atitude do desfile era fresh. Embora já façam parte dos códigos da grife, havia mais separates do que se poderia esperar de uma coleção de alta-costura (reconhecida, também, pelos vestidos de festa mais glamourosos de que se tem notícia). A proposta sugere um olhar para a clientela jovem – e não é que a noiva também surgiu em um modelo curto?
Brilho
Mais etéreo do que opulento, o brilho surge como um dos elementos que melhor expressam o savoir-faire da Chanel: bordado em tom profundo de azul (batizado de “midnight blue” pela marca) ou sutilmente fiado junto à construção têxtil dos tecidos exclusivos da coleção, ele chega para deixar claro que quer circular não apenas à noite, mas também durante o dia.
Infinito
O designer e cenógrafo Willo Perron foi quem concebeu o ambiente do desfile. Para quem observava a passarela de frente, as duas letras “C” que se entrelaçam para formar o símbolo da maison eram facilmente reconhecíveis. Mas para quem assistiu ao desfile de cima, em vídeo, a coreografia pautada pela caminhada das modelos sugeria o símbolo do infinito. Impossível não pensar em como a Chanel se mantém em movimento contínuo, olhando sempre para a frente – e, é claro, também se prepara para receber um novo diretor criativo na próxima temporada, escrevendo mais um capítulo de sua história.
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Chanel SS2025
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Com Antonia Petta e Milene Chaves
Donata Meirelles é consultora de estilo e atua há 30 anos no mundo da moda e do lifestyle.
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