Dizem que os opostos se atraem. A figura da mulher siciliana, sob o olhar de Domenico Dolce e Stefano Gabbana, mostra isso na coleção “Les Siciliennes”, apresentada na noite do domingo (26/02) em Paris.
A elegância do vestir tradicional da siciliana pode até ser rigorosa, mas é também extravagante.
Um exemplo? Em uma coleção onde o preto deu o tom, detalhes em cores preciosas (como o verde esmeralda, o vermelho rubi e o roxo ametista) fizeram os olhos brilhar. A opulência de influência barroca também estava ali, no dourado dos bordados sinuosos que se espalhavam pelos vestidos e também na ornamentação da locação du jour: o Hôtel de la Marine.
Leia também
A devoção ao espiritual evoca um mistério que cobre o corpo, mas que potencializa o sex-appeal.
E se existe uma marca que entende de sedução, é a Dolce & Gabbana. Remetendo à tradição católica, véus cobriam a cabeça e crucifixos cumpriam o papel de joias. Em rendas artesanais ou tecidos translúcidos, as transparências revelavam pequenas doses de pele, em um jogo de mostra-esconde.
A Alta Moda da Dolce & Gabbana é feita em edição limitada, mas não são poucas as clientes brasileiras.
Equivalente à alta-costura francesa, a Alta Moda representa a parte mais exclusiva da produção dentro dos ateliês da grife italiana. Indo além das boutiques no Corso Venezia em Milão, na Avenue Montaigne em Paris e na Old Bond Street em Londres, é possível afirmar hoje há mais de 100 clientes brasileiras que consomem (ou melhor: colecionam, já que falamos de roupas dignas de coleção) a Alta Moda da Dolce & Gabbana.
O primeiro desfile da grife em Paris fazia um aceno à capital francesa, mas jamais deixou de ter sotaque siciliano.
Éramos poucos, mas fomos recepcionados à moda Dolce: após o show, um jantar memorável e uma profusão doces sicilianos e franceses circularam entre os convidados. Doces que estavam lá por uma razão: no livro que foi entregue a nós junto do convite, um texto explicava a conexão entre a Sicília e Paris, contando que o termo do dialeto siciliano “monsù” (que vem de “Monsieur le Chef”) era usado por famílias da aristocracia siciliana para se referir aos seus chefs particulares de cozinha que, no século 19, eram enviados à França para aperfeiçoar suas técnicas. Todos os detalhes costurados, como a marca sempre faz.
-
D&G Alta Moda Parigi 2025
-
D&G Alta Moda Parigi 2025
-
D&G Alta Moda Parigi 2025
-
D&G Alta Moda Parigi 2025
-
Anúncio publicitário -
D&G Alta Moda Parigi 2025
-
D&G Alta Moda Parigi 2025
-
D&G Alta Moda Parigi 2025
D&G Alta Moda Parigi 2025
Com Antonia Petta e Milene Chaves
Donata Meirelles é consultora de estilo e atua há 30 anos no mundo da moda e do lifestyle.
Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.