O transporte aéreo global baterá recordes em 2025, mas o mundo está mais inacessível. Apesar do alcance de passaportes poderosos, o aumento nas restrições de viagem significa que seus portadores enfrentam horizontes cada vez mais limitados. A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) prevê que o transporte aéreo baterá recordes em 2025, com 5,2 bilhões de passageiros, ultrapassando a marca de 5 bilhões pela primeira vez – um aumento de 6,7% em relação a 2024.
É irônico que, ao mesmo tempo, a lista dos países mais seguros esteja encolhendo. O The Telegraph relatou que, em 2025, o “cenário geral é de horizontes cada vez menores”, já que 12 países foram adicionados à Lista Vermelha de Viagem do governo do Reino Unido desde 2019. Trata-se de destinos considerados perigosos para turistas ou visitantes ocasionais.
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Pode parecer um número pequeno, mas, conforme definido pelo Escritório de Relações Exteriores do Reino Unido, essa Lista Vermelha agora inclui 25 países, como Rússia, Belarus, Ucrânia, Irã, Sudão, Líbano e Moçambique, que juntos correspondem a 31.766.973 quilômetros quadrados – ou 21,3% da área terrestre mundial.
Além desses 25 países, há outros 47 onde viagens a determinadas regiões são desaconselhadas devido a instabilidade política, conflitos e criminalidade.
O mundo está mais fechado em 2025 do que em 2024
Além da Ucrânia, a guerra tornou Rússia e Belarus inacessíveis, enquanto o conflito no Oriente Médio levou à inclusão de Israel, Líbano e Palestina na lista em outubro de 2023 (partes de Israel e da Palestina ainda são consideradas seguras).
Os conflitos no Sudão entre facções militares rivais fizeram com que o Escritório de Relações Exteriores desaconselhasse viagens a todo o país. A instabilidade em Moçambique levou à sua inclusão na Lista Vermelha em 2024; partes da Tanzânia foram adicionadas recentemente devido a ataques públicos por grupos extremistas; e grandes áreas do México são consideradas inseguras devido à violência.
De forma similar, partes da Moldávia, Peru, Gana, Guatemala, Uganda e Equador também são classificadas como áreas de risco, o que nem sempre foi o caso.
Os 25 países da Lista Vermelha, onde apenas viagens essenciais são recomendadas
O Escritório de Relações Exteriores do Reino Unido recomenda viagens apenas essenciais para os seguintes países: Afeganistão, Belarus, Burkina Faso, República Centro-Africana, Chade, Haiti, Irã, Iraque, Líbano, Líbia, Mali, Mayotte, Moçambique, Nova Caledônia, Níger, Coreia do Norte, Rússia, Somália, Somalilândia, Sudão do Sul, Sudão, Síria, Ucrânia, Venezuela e Iêmen.
Esses países somam sete a mais do que em 2019.
Os 47 países da Lista Laranja
Esses países possuem grandes áreas que os visitantes devem evitar, exceto em casos de viagens essenciais, conforme orientações do Escritório de Relações Exteriores: Argélia, Angola, Armênia, Azerbaijão, Bangladesh, Benim, Bolívia, Brasil, Burundi, Camarões, Colômbia, República Democrática do Congo, Djibuti, Equador, Egito, Eritreia, Etiópia, Geórgia, Gana, Guatemala, Índia, Israel, Costa do Marfim, Jordânia, Quênia, Kosovo, Laos, Malásia, Mauritânia, México, Moldávia, Mianmar (Birmânia), Nigéria, Paquistão, Papua Nova Guiné, Peru, Filipinas, República do Congo, Arábia Saudita, Tanzânia, Tailândia, Territórios Palestinos Ocupados, Togo, Tunísia, Turquia, Uganda e Saara Ocidental.
Há cinco países a mais do que em 2019.
Passaportes poderosos permitem acesso sem visto a mais países
Apesar do alcance ampliado de passaportes poderosos, como os bem classificados no Henley Passport Index e no Passport Index da Arton Capital, o aumento das restrições de viagem significa que mesmo os portadores desses documentos enfrentam horizontes reduzidos.
O Henley Passport Index, um dos índices mais antigos para classificar a força dos passaportes com base no acesso sem visto, recentemente listou Singapura no topo, seguida pelo Japão. França, Alemanha, Espanha, Itália, Coreia do Sul e Finlândia compartilham a terceira posição, permitindo acesso sem visto a 192 países.
O passaporte dos EUA está na nona posição, embora há uma década ocupasse o primeiro lugar. Já o Passport Index da Arton Capital classificou o passaporte dos Emirados Árabes Unidos como o mais útil em 2024, permitindo acesso a mais de 90% do mundo sem visto.
Países mais seguros: navegar em um mundo mais fechado é um desafio
Ter um dos passaportes mais poderosos do mundo pode não ser suficiente se mais lugares se tornarem inacessíveis por questões de segurança. O contraste entre o aumento do transporte aéreo e a diminuição da lista dos países mais seguros reflete uma dinâmica global complexa.
Enquanto o poder dos passaportes aumenta em termos de acesso sem visto, conflitos geopolíticos, instabilidade crescente e preocupações de segurança restringem as opções de viagem. O crescimento das Listas Vermelha e Laranja aponta para um mundo mais dividido e desafiador de navegar, mesmo para viajantes privilegiados.