“Para mim, glamour não é um vestido sexy, é o oposto”, diz Miuccia Prada. E para você, o que seria? A coleção que a Prada apresentou nesta quinta-feira (27/02) em Milão não se propôs a dar um novo sentido para a ideia de glamour. Fez melhor: sugeriu que ela não fique presa a um único significado. Para Miuccia, trata-se de “um ponto de vista interior, a partir do qual você se sente importante”.
Se, ao lado de Raf Simons, o exercício da estilista italiana foi deslocar a noção do que é glamouroso de sua definição esperada, na passarela o mesmo aconteceu: o que se viu foram roupas que recontextualizavam a ideia de feminino. Vestidos traziam uma silhueta que poderia até remeter à feminilidade dos 1960, mas dessa vez eram exibidos em shapes amplos, longe de desenhar as curvas do corpo. Camisas e suéteres oversized, combinados com calças jeans, poderiam sugerir um efeito funcional e meramente prático, mas foram vestidos por modelos que só carregavam as bolsas pela mão (mesmo quando a alça permitia atravessá-las no corpo). Tudo, menos o provável.
Decotes e mangas surgiram sem o acabamento da costura; enquanto, na beleza, a maquiagem era limpa, os cabelos vinham amassados e as unhas curtas, sem esmalte. Tudo enfatizando a atitude “Raw Glamour” (em português, algo como “glamour cru”), termo que deu nome à essa coleção.
E o que é, afinal, o glamour sob a nova ótica da Prada? Podem ser casacos com presença e importância, revestidos de pêlos volumosos, pode ser o brilho dos pingentes pendurados por correntes que se revelam para fora de um tricô. Podem ser muitas coisas – desde que não seja uma única. Assim como sua roupa, a mulher Prada é multifacetada, complexa e não quer ser categorizada.
Veja destaques do desfile outono-inverno 2025 da Prada:
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Com Antonia Petta e Milene Chaves
Donata Meirelles é consultora de estilo e atua há 30 anos no mundo da moda e do lifestyle.
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