O chefe da Toyota pressionou o governo japonês a deixar claro que apoia veículos híbridos tanto quanto elétricos ou perderá o apoio da indústria automobilística, disse um parlamentar sênior numa reunião do partido no poder.
O lobby de Akio Toyoda, presidente da Toyota e presidente do grupo da indústria Japan Automobile Manufacturers Association (Jama), vem com a montadora enfrentando crescente escrutínio de investidores, que dizem que a empresa tem demorado a adotar veículos a bateria, levando governos a retardar uma transição.
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Akira Amari, ex-ministro da Indústria e membro do Partido Liberal Democrático (LDP), pediu mudanças no roteiro anual de política econômica do governo em 3 de junho, dizendo que havia falado com Toyoda um dia antes.
A versão final do documento incluía uma referência aos “chamados veículos movidos a eletricidade” e parecia colocar os híbridos movidos a combustível fóssil em pé de igualdade com os veículos com bateria de emissão zero, embora os ambientalistas digam que há uma grande diferença.
“Falei com o presidente Toyoda ontem e ele disse que o Jama não pode apoiar um governo que rejeita híbridos”, disse Amari na reunião dos legisladores do LDP, segundo notas e o áudio.
“Se não dissermos que os híbridos estão incluídos na categoria de veículos elétricos, isso não será bom”, disse Amari, segundo as notas de áudio.
Em comunicado, a Jama disse que a indústria automobilística está fazendo todos os esforços para atingir a meta de se tornar neutra em carbono até 2050 é que é importante ampliar as opções e não se limitar a tecnologias específicas.
Os híbridos representaram quase 44% dos novos carros vendidos no Japão no ano passado, enquanto os veículos elétricos a bateria representaram menos de 1%, segundo dados da Japan Automobile Dealers Association.
O centro de discussões de energia e clima InfluenceMap classificou a Toyota como a pior entre as principais montadoras por seu histórico de lobby sobre políticas climáticas.
No ano passado, a Toyota comprometeu 8 trilhões de ienes (60 bilhões de dólares) para eletrificar seus carros até 2030, com metade disso destinada ao desenvolvimento de veículos elétricos a bateria. Ainda assim, espera que as vendas anuais desses carros atinjam apenas 3,5 milhões de veículos até o final da década, ou cerca de um terço das vendas atuais.
A montadora diz que os híbridos fazem sentido em mercados onde a infraestrutura não está pronta para suportar uma mudança mais rápida para veículos com bateria e que os clientes devem ter mais opções de tecnologia mais limpa.
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