A Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – Abraciclo, acaba de revisar para cima as projeções para 2022. A nova perspectiva é produzir 1.320.000 unidades nas fábricas instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM). O volume é 10,5% superior às 1.195.149 motocicletas fabricadas em 2021. A projeção inicial era de produzir 1.290.000 unidades, com crescimento de 7,9%.
O presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, aponta os fatores que levaram a associação a elevar a expectativa de produção. “As unidades fabris retomaram o ritmo das linhas de montagem e registram crescimento sustentável durante o primeiro semestre”, explica. “Somado a isso, temos um mercado com tendência de alta, com o avanço dos serviços de entrega (Delivery), o maior uso da motocicleta nos deslocamentos urbanos, além do fator aumento dos preços dos combustíveis”, complementa.
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Com a nova previsão, o segmento de motocicletas deve ficar próximo aos patamares alcançados em 2014. Naquele ano, foram produzidas 1.517.662 unidades. “Mesmo com o aumento da expectativa de produção, seguimos atentos às diversas variáveis que poderão impactar negativamente o mercado, como a alta da inflação e o aumento da taxa de juros que reduzem bastante o poder aquisitivo da população. Além disso, estamos num ano eleitoral e, como acontece sistematicamente, isso gera muito estresse no mercado”, pondera.
A Abraciclo também revisou as projeções para vendas no varejo e exportações. A nova perspectiva é de que os licenciamentos alcancem 1.260.000 unidades, crescimento de 8,9% na comparação com o ano passado (1.156.776 motocicletas emplacadas). Para as exportações, a estimativa é de que sejam embarcadas 56.000 motocicletas, o que corresponde a uma alta de 4,7% em relação às 53.476 unidades exportados em 2021.
Produção
No primeiro semestre foram produzidas 671.293 motocicletas no Polo de Manaus. O volume é 18% superior ao registrado no mesmo período do ano passado (568.863 motocicletas). Segundo a Abraciclo, esse é o melhor resultado para os seis primeiros meses do ano desde 2015 (697.540 unidades).
Em junho, 101.695 motocicletas saíram das linhas de montagem, queda de 21,6% na comparação com maio (129.781 unidades) e de 3,6% em relação ao mesmo mês do ano passado (105.450 motocicletas). A retração já era esperada devido ao início das férias coletivas. “As fábricas aproveitam essa parada para realizar as manutenções e os ajustes necessários em suas linhas de montagem”, explica o executivo.
Vendas no varejo
No acumulado do ano, os licenciamentos totalizaram 636.565 unidades, aumento de 23,1% na comparação com o mesmo período de 2021 (517.154 motocicletas). Esse é o melhor desempenho para o primeiro semestre desde 2015 (641.707 unidades).
Em junho, foram emplacadas 120.841 unidades, o que corresponde a uma queda de 9,4% na comparação com maio (133.344 unidades). Em relação ao mesmo mês do ano passado, houve alta de 13,3% (106.680 motocicletas).
Exportações
As fábricas instaladas no PIM embarcaram 25.115 motocicletas para o mercado externo no primeiro semestre de 2022, o que corresponde a um recuo de 4,4% na comparação com o mesmo período do ano passado (26.260 unidades).
De acordo com levantamento do portal de estatísticas de comércio exterior Comex Stat, que registra os embarques totais de cada mês, analisados pela Abraciclo, os três principais mercados foram a Colômbia (6.996 motocicletas e 28,9% do volume total exportado), a Argentina (6.185 unidades e 25,5%) e os Estados Unidos (4.656 motocicletas e 19,2%).
Em junho, foram exportadas 4.592 motocicletas, retração de 23,3% em relação às 5.990 unidades registradas em maio. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a alta foi 4,2% (4.409 motocicletas).
Ainda segundo dados do Comex Stat, analisados pela Abraciclo, as posições do ranking mensal de exportações foram mantidas: Colômbia (1.828 motocicletas e 38,4% do volume total exportado), Argentina (1.268 unidades e 26,7%) e Estados Unidos (701 motocicletas e 14,7%). “As exportações para os Estados Unidos cresceram 132,9%, o que comprova a qualidade do produto nacional em um dos mercados mais exigentes do mundo”, diz o presidente da Abraciclo.