A Ford disse hoje (21) que vai importar baterias de ferro-lítio de baixo custo da CATL para suas picapes elétricas e SUVs nos Estados Unidos, pois trabalha em uma aliança mais ampla com a empresa chinesa e uma matriz de acordos separados para assegurar baterias e matérias-primas na próxima década.
A vice-presidente da Ford, Lisa Drake, disse que a montadora planeja garantir baterias de fosfato de ferro-lítio, ou LFP, de uma nova fábrica de 40 Gigawatts-hora na América do Norte a partir de 2026. Drake não disse se essa fábrica será construída pela CATL.
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A decisão da Ford de usar baterias de ferro-lítio em seus veículos elétricos nos EUA mais vendidos é o mais recente sinal de que o custo mais baixo da tecnologia – a Ford disse que os packs de LFP podem reduzir os custos de material entre 10% e 15% – vale a troca pela autonomia.
A Tesla está oferecendo baterias LFP em alguns sedãs Model 3 de preço mais baixo vendidos nos EUA. A fabricante de picapes e vans elétricas Rivian também disse que pretende usar baterias LFP.
Drake disse que a Ford quer garantir mais baterias e matérias-primas na América do Norte, mas advertiu: “Eu não diria que temos 100% de confiança de que tudo isso pode ser localizado… É um trabalho árduo.”
A Ford disse que também fez acordo com a CATL para explorar o uso de baterias da empresa chinesa em veículos vendidos nos EUA, Europa e China.
A CATL disse em comunicado que “as duas empresas planejam alavancar seus respectivos pontos fortes para explorarem conjuntamente novas oportunidades de negócios em todo o mundo”, envolvendo ferro-lítio e outras tecnologias de bateria.
O negócio com a CATL faz parte de uma série de acordos que a Ford divulgou para mostrar que está acelerando para garantir a capacidade de obtenção de baterias e suas matérias-primas. Entre eles está a compra de lítio da gigante de mineração australiana Rio Tinto, e níquel das unidades da Vale no Canadá e Indonésia. A empresa também tem acordos com a chinesa Huayou Cobalt e com a BHP.
A Ford disse que atualmente garantiu cerca de 70% de capacidade de bateria necessária para sustentar meta de fabricar mais de 2 milhões de veículos elétricos em todo o mundo até o final de 2026.
As baterias de ferro-lítio normalmente oferecem menos autonomia do que baterias comparáveis que usam níquel e cobalto e, até recentemente, as montadoras usavam níquel-cobalto, tecnologia mais cara, no mercado dos EUA, onde a autonomia maior é uma medida competitiva fundamental.
Baterias de baixo custo podem permitir que a Ford reduza os preços dos modelos Lightning e Mach-E e aumente margens de lucro.
A Ford disse que está buscando Ebitda de 8% em seus veículos elétricos até 2026, setor que a empresa ainda não vê como lucrativo. Mesmo uma margem de 8%, a empresa ficará abaixo da margem operacional de 14,6% que a Tesla informou na quarta-feira para o segundo trimestre.
A empresa também está trabalhando com a LG Energy Solution e seu parceiro de bateria de longa data SK Innovation.