Elon Musk vende a ideia de que a Tesla venderá um modelo movido a bateria amplamente acessível desde 2006. Ele finalmente chegou perto de anunciar um este mês, mas ainda não compartilhou detalhes.
Concorrentes, incluindo Volkswagen e General Motors, não estão esperando para ver o que o inconstante bilionário decide fazer e já estão traçando planos para veículos elétricos cujo preço não ultrapasse os US$ 30 mil.
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Na última quarta-feira (15), a Volkswagen revelou o ID. 2all, futuro compacto de US$ 25 mil euros e 450 quilômetros de autonomia que fará companhia a outros nove novos modelos elétricos que a marca lançará até 2026.
A GM, que já tem o Bolt, o EV mais vendido nos EUA com preço abaixo de US$ 30 mil, está adicionando uma versão elétrica do Chevrolet Equinox este ano, que partirá desse patamar. A Fisker, que está se preparando para começar a entregar SUV Ocean nas próximas semanas, planeja adicionar o Pear, um pequeno crossover com preço base de US$ 29.900, em 2024.
Em comparação, o Tesla mais barato, o sedã Model 3, custa US$ 43 mil – mesmo após a fabricante cortar recentemente milhares de dólares do preço de etiqueta para ajudá-lo a se qualificar para um novo crédito fiscal federal. A ausência de um veículo relativamente barato não é um grande problema para a Tesla, embora tais modelos sejam vitais para expandir o mercado de elétricos nos próximos anos segundo Ed Kim, presidente da empresa de pesquisa AutoPacific.
“Estamos agora naquele ponto de inflexão em que temos EVs com cerca de 6% de participação de mercado, e cada vez mais consumidores convencionais estão começando a pensar em um na próxima compra”, disse Kim à Forbes. “Mas o preço médio de transação de um EV está bem acima da faixa de US$ 50 mil. Está fora do alcance do consumidor comum e por isso as montadoras precisam introduzir modelos mais convencionais que as pessoas de classe média possam pagar. Até agora, não houve muita escolha”, acrescenta.
A Tesla fez mais para popularizar os carros elétricos do que qualquer outra marca global, entregando mais de 1,3 milhão em todo o mundo em 2022. Mas, com um preço médio de venda de mais de US$ 65 mil, é um concorrente de preço de marcas de luxo como BMW e Mercedes, não marcas convencionais como Honda ou Ford.
A administração Biden quer que os veículos elétricos cheguem a 50% das vendas de modelos novos até o final da década, enquanto a Califórnia e outros estados pretendem eliminar gradualmente as vendas de novos veículos a gasolina a partir de 2035. Nenhuma meta é alcançável a menos que carros e caminhões movidos a bateria fiquem muito mais baratos nos próximos anos.
Tornar os VEs mais acessíveis é difícil, pois as baterias de íon-lítio de que eles precisam usam materiais caros, incluindo níquel, cobalto e lítio, provenientes de todo o mundo. Durante sua conferência com investidores em 1º de março, a Tesla esboçou planos para reduzir os custos de produção de seus veículos em até 50%, usando técnicas de fabricação mais eficientes, ajustes de design e novos materiais que poderiam ajudar a reduzir os custos de materiais de bateria.
Musk indicou o desenvolvimento de uma nova geração de modelos que provavelmente se beneficiariam desses novos métodos, mas não revelou preços, recursos ou quando entrariam em produção. A empresa disse, no entanto, que seu próximo modelo seria produzido em uma nova fábrica que está construindo perto de Monterrey, no México.
Embora Musk ainda não tenha entregue o EV barato que prometeu e tenha descartado o Model 3 de US$ 35 mil, isso ainda não prejudicou a demanda geral pela marca. Deixar GM, Volkswagen e Fisker entrarem primeiro no segmento de preços mais baixos também não é um problema, disse Kim.
“A Tesla continua tão ambiciosa que acho que, quando eles entrarem nesse espaço, muitos clientes dirão: ‘Oh meu Deus, eu sonhei em ter um Tesla por anos e agora eu posso comprar um por US$ 25 mil. Uau!'”, concluiu Kim.
*Alan Ohnsman cobre os desenvolvimentos tecnológicos orientados para o transporte e para o clima e co-escreve o boletim Current Climate.
(Traduzido por Rodrigo Mora).