A Volkswagen planeja investir € 180 bilhões em cinco anos em áreas como produção de baterias e fornecimento de matérias-primas em uma tentativa de cortar custos de veículos elétricos e proteger sua participação de mercado, informou a empresa nesta terça-feira (15).
Mais de dois terços do orçamento de investimento de cinco anos estão alocados para eletrificação e digitalização, incluindo até € 15 bilhões para baterias e matérias-primas.
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Com os mercados em turbulência devido ao colapso do Silicon Valley Bank, o diretor financeiro Arno Antlitz disse a analistas, no entanto, que a empresa poderá adiar alguns investimentos em baterias se o mercado não crescer conforme o esperado.
A montadora ainda pretende apresentar um veículo elétrico acessível – custando cerca de € 25 mil a preços atuais – ao mercado até 2025, produzido em uma versão de segunda geração de sua plataforma MEB totalmente elétrica.
Antlitz disse acreditar que a empresa já fechou acordos suficientes de fornecimento de matéria-prima e expandido a produção de baterias para reduzir os custos, 40% dos quais decorrem do setor das baterias.
“Esperamos atingir 20% de eletromobilidade em novas vendas a partir de 2025 e já estamos investindo dois terços nessa área”, disse Antlitz. “Por outro lado, precisamos manter os motores de combustão competitivos… isso é um fardo duplo.”
A montadora disse que está finalizando um software de alto desempenho para suas marcas premium e de luxo, que poderá ser aplicado em médio prazo em toda a empresa, em uma tentativa de melhorar as operações em sua unidade de software Cariad.
A unidade criada pelo ex-presidente-executivo Herbert Diess estourou o orçamento e ficou para trás em suas metas, sofrendo um prejuízo operacional de € 2,1 bilhões em 2022 e uma receita de € 800 milhões, de acordo com o relatório anual da montadora divulgado na terça-feira.
As ações da Volkswagen caíram 2,6% nesta terça-feira, com analistas da Jefferies descrevendo os resultados finais detalhados do quarto trimestre como “fracos”.
A Volkswagen atendeu às expectativas dos analistas em 2022 em relação às receitas, mas ficou abaixo da estimativa consensual de Ebitda em 3%.
A montadora divulgou neste mês uma perspectiva otimista para o próximo ano que fez as ações dispararem, prevendo um aumento de 10% a 15% na receita com entregas 14% maiores.