O grupo automotivo chinês BYD deve manter o projeto de ter uma fábrica de veículos elétricos e híbridos na Bahia mesmo que o acordo para compra das antigas instalações da Ford no Estado não siga adiante, disseram à Reuters três fontes que acompanharam a reunião dos executivos da empresa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quinta-feira (13), em Xangai.
De acordo com as fontes, ainda será feita uma tentativa de acordo com a montadora norte-americana, com a criação de um grupo de trabalho entre as duas empresas, o governo da Bahia e o governo federal para tentar resolver o impasse com a Ford.
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No entanto, durante a reunião foi colocado na mesa a possibilidade da BYD usar outro terreno, do governo da Bahia, para construir uma fábrica do zero, em vez de usar as antigas instalações da Ford no polo industrial de Camaçari.
Segundo as fontes, os chineses deixaram claro que não teriam problema em fazer suas próprias instalações, já que construíram uma nova fábrica na China em apenas nove meses e a adaptação do complexo industrial da Ford, voltado a carros com motor a combustão, teria que ser totalmente adaptado.
“Eles ressaltaram que às vezes adaptar é mais demorado que fazer do zero”, disse um dos presentes à reunião.
Em outubro de 2022, a BYD e o governo da Bahia assinaram um memorando de entendimento para um investimento de R$ 3 bilhões. A expectativa era de que o acordo fosse concluído até dezembro. As empresas têm afirmado apenas que as negociações têm prosseguido.
Fonte ligada à empresa afirmou em março que documentos para a assinatura final do acordo chegaram a ser enviados à matriz da Ford nos Estados Unidos, e que não havia “nenhum entrave às negociações”.
Fabricante de carros, caminhões e ônibus elétricos, além de baterias para outras montadoras e produtos como módulos fotovoltaicos, a BYD hoje disputa com a norte-americana Tesla a liderança global na produção de carros elétricos.
Procuradas, Ford afirmou que não comenta o assunto e BYD não pode se manifestar de imediato.