A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) propôs nesta quarta-feira (12) cortes radicais de emissões de poluentes para carros e caminhões novos até 2032, uma medida que o órgão diz que pode significar que dois em cada três novos veículos vendidos no país serão elétricos dentro de uma década.
A proposta, se levada adiante, representa o plano de redução de emissões de veículos mais agressivo até hoje dos EUA, exigindo 13% de redução média anual na poluição. A EPA também está propondo novos padrões de emissões mais rígidos para caminhões médios e pesados até 2032.
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A EPA projeta que as regras cortarão mais de 9 bilhões de toneladas de emissões de CO2 até 2055 – equivalente a mais do que o dobro das emissões totais do gás do país no ano passado.
A agência estima que os benefícios líquidos até 2055 da proposta variam de US$ 850 bilhões a US$ 1,6 trilhão. Em 2032, a proposta custará cerca de US$ 1.200 por veículo por fabricante, mas economizará para o proprietário do veículo mais de US$ 9.000, em média, em custos de combustível, manutenção e reparo em um período de oito anos.
“Muito tem que dar certo para que esta mudança massiva – e sem precedentes – em nosso mercado automotivo e base industrial seja bem-sucedida”, disse John Bozzella, presidente-executivo da Alliance for Automotive Innovation, que representa montadoras como General Motors, Volkswagen e Toyota.
“Fatores fora do veículo, como infraestrutura de carregamento, cadeias de suprimentos, resiliência da rede elétrica, disponibilidade de combustíveis com baixo teor de carbono e minerais críticos determinarão se os padrões da EPA nesses níveis são alcançáveis”, acrescentou.
A proposta é mais ambiciosa do que a meta de 2021 do presidente norte-americano, Joe Biden, e que foi apoiada pelas montadoras. A proposta de Biden busca que 50% dos novos veículos até 2030 sejam elétricos ou híbridos plug-in. A Stellantis disse estar “surpresa que nenhuma das alternativas esteja alinhada com a meta anunciada anteriormente pelo presidente de 50% de veículos elétricos até 2030“.
A administração Biden não está propondo a proibição de veículos movidos a gasolina, mas quer comentários sobre se deve estender as regras de emissões até 2035 e sobre outras alternativas. Alguns grupos ambientais querem que a EPA estabeleça regras mais rígidas, especialmente para caminhões pesados.
“Esses padrões são muito ambiciosos e acompanham o senso de urgência que o presidente e este governo têm ao enfrentar a crise climática”, disse o administrador da EPA, Michael Regan, em entrevista à Reuters. Ele não comentou sobre eventual estabelecimento de uma data para encerrar a venda de veículos novos a gasolina e enfatizou que a proposta é um “padrão baseado em desempenho”.
De acordo com a proposta da EPA, as montadoras devem produzir 60% de veículos elétricos até 2030 e 67% até 2032 para atenderem aos requisitos. Em 2022, apenas 5,8% dos veículos vendidos nos EUA foram totalmente elétricos.
O órgão também estima que 50% dos novos veículos vocacionais, como ônibus e caminhões de lixo, poderão ser elétricos até 2032, junto com 35% dos novos caminhões de carga de curta distância e 25% dos novos caminhões de carga de longa distância. As regras para veículos de médio porte são projetadas para reduzir as emissões em 44% em relação a 2026.