O vice-presidente Geraldo Alckmin vê a posição do Brasil em veículos híbridos flex como um grande trunfo para a indústria automotiva local, disse ele à Reuters na quinta-feira (27), à medida que o mundo acelera a busca por iniciativas de descarbonização no combate às mudanças climáticas.
Alckmin participou do lançamento oficial de uma fábrica da chinesa Great Wall Motor (GWM) em Iracemápolis (SP), evento no qual a montadora anunciou que um dos veículos que produzirá localmente será uma picape híbrida flex chamada Poer.
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“Eu entendo que sim”, disse Alckmin quando questionado sobre o tema em entrevista durante o evento. “Você vai unir o etanol – que é uma energia limpa, verde, renovável – ao elétrico. Num país continental como é o Brasil, é uma belíssima alternativa, que preserva o meio ambiente.”
O lançamento da GWM no interior paulista foi o segundo evento relacionado à indústria automotiva na agenda de Alckmin em uma semana, depois de ele ter recebido representantes da Toyota em Brasília na semana passada para discutir os novos investimentos da companhia japonesa no país.
A Toyota, que tem apostado alto em produtos híbridos flex, anunciou este mês que investirá 1,7 bilhão de reais para produzir um novo compacto com essas especificações.
Stellantis e Volkswagen também têm investido na tecnologia, em contraste com rivais como as norte-americanas GM e Ford, que preferiram focar em veículos 100% elétricos.
Alckmin, que também é ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, celebrou os investimentos da GWM no país e também disse que sua reunião com a Toyota foi “muito proveitosa”.
Ele destacou o empenho pela exportação de carros híbridos produzidos no Brasil em momento em que o governo busca reindustrializar o país, um movimento no qual o vice-presidente vê a indústria automotiva desempenhando um papel fundamental.
“Ela é muito importante, porque ela está na ponta tecnológica, na vanguarda da tecnologia – semicondutores, toda a parte de descarbonização. E ela tem uma cadeia muito longa, então ela é fortemente empregadora e agregadora de valor”, disse o vice-presidente.
A Toyota anunciou junto ao governo de São Paulo que pretende exportar seu novo veículo híbrido para 22 países da América Latina.
A GWM, que iniciará as operações de sua fábrica de Iracemápolis em 1º de maio de 2024 e mira criar cerca de 2 mil empregos diretos, também disse que planeja exportar os carros feitos no Brasil, com países latino-americanos também servindo como um destino-chave.
“Nós queremos fortalecer a exportação industrial”, disse Alckmin, citando reforma tributária, mais acordos internacionais, créditos para exportação, fundo garantidor e medidas de logística como parte da agenda do governo para que o objetivo se concretize.