Como todas as outras montadoras, a Porsche aprendeu que a tecnologia elétrica a bateria não está prestes a varrer o mundo e mudar a face da indústria. Funciona bem em veículos luxuosos de baixo volume e alto desempenho, como o Taycan Turbo S, um brinquedo para viciados em aceleração. Mas, a massa crítica do mercado não será alcançada sem avanços na química das baterias e sem trilhões investidos na geração de energia – e muito menos sem um carregador em cada garagem.
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Cobrindo as apostas, a Porsche está investindo em atualizações de seus atuais veículos híbridos para mantê-los relevantes e atualizados. O Cayenne recebeu uma lista saudável de atualizações no ano passado e agora é a vez do Panamera. A marca considera que esta é sua terceira geração, mas está mais para uma segunda geração com mudanças significativas.
Veja fotos do Porsche Panamera Turbo E-Hybrid 2024:
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Foto: divulgação Porsche Panamera Turbo E-Hybrid 2024
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Foto: divulgação Porsche Panamera Turbo E-Hybrid 2024
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Foto: divulgação Porsche Panamera Turbo E-Hybrid 2024
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Porsche Panamera Turbo E-Hybrid 2024
O maior avanço do Panamera está oculto: uma suspensão ativa disponível como opcional nos modelos E-Hybrid. O recurso teve 15 minutos de fama no início dos anos 1990, mas rapidamente perdeu popularidade nos veículos de luxo de produção. Naquela época, a suspensão ativa era simplesmente muito complicada, com benefícios reais limitados, e não estava pronta para o horário nobre. Engraçado, mas nas corridas a história era totalmente diferente: a suspensão ativa funcionava tão bem nos carros de Fórmula 1 da Williams-Renault da época que a tecnologia foi banida.
Trinta anos depois, a Porsche descobriu a suspensão ativa para carros de produção. Uma mola pneumática de uma câmara em cada canto (pense na câmara como um balão de casca grossa ou uma bola de kickball de jardim infantil servindo como mola), mas os amortecedores são impulsionados por pequenas bombas elétricas que controlam e ajustam a pressão do fluido hidráulico interno.
O amortecedor em forma de tubo tem duas válvulas, de modo que o movimento do pistão interno pode ser controlado na compressão (quando você bate em um solavanco e a roda sobe) e no rebote (quando a pressão dentro do amortecedor empurra a roda e puxa de volta para baixo firmemente).
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Imagine lançar seu Panamera Turbo E-Hybrid em uma saborosa curva à direita de uma montanha ou em uma rampa de acesso de rodovia suave e extensa que absolutamente deve ser atacada todos os dias no caminho para casa. As bombas elétricas aumentarão a pressão nos amortecedores do lado esquerdo, que farão “supino” contra as forças da física para evitar que o Panamera tombe muito ou muito rapidamente.
Em suma, o lado esquerdo será apoiado por pressão hidráulica e o carro será mantido numa postura mais plana, mais segura, traduzindo-se numa maior confiança para o condutor. O carro terá um desempenho melhor com menos drama e menos sujeira.
Novos motores e interior renovado
Há também atualizações nos motores a gasolina. A Porsche está apelidando o V8 biturbo de 4 litros de “novo”, mas é mais uma questão de esforço para produzir maior potência e torque. Os injetores de combustível injetam gás no motor a uma pressão mais alta. As árvores de cames abrem as válvulas com mais precisão e profundidade para melhorar a respiração. Os “embaixadores da Porsche” na imprensa dirão que é um “motor maravilhoso” totalmente novo, mas na realidade é uma evolução muito boa.
Em resumo, o Panamera Turbo E-Hybrid passa a oferecer nada menos do que 670 cv de potência e 94,7 kgfm de torque. Como um veterano, ainda tenho dificuldade em compreender carros capazes de ir ao supermercado com a vovó no banco do passageiro e, ao mesmo tempo, chegarem a quase 700 cavalos de potência. Esta é uma das vantagens de tanta magia eletrônica. Vivemos numa era de ouro de potência e torque. Podemos ficar com os olhos turvos em relação ao passado, mas hoje podemos escolher entre muitos dos melhores motores de todos os tempos.
A arquitetura fundamental foi preservada, mas a maior parte da carroceria é nova, exceto os revestimentos das portas. O Turbo E-Hybrid tem painel frontal e traseiro exclusivos, e também um difusor traseiro distinto, importante em um carro capaz de atingir facilmente velocidades de três dígitos em poucos segundos. Se você tiver acesso a uma pista de aeroporto ou puder alugar o Cabo Canaveral, a velocidade máxima é de 310 km/h.
Assim como o Cayenne, recebeu uma reformulação do painel e do console central, uma reformulação de toda a relação homem-máquina. Diretamente à frente do motorista está um painel curvo de 12,6 polegadas. Os medidores são renderizados digitalmente, com a ampla variedade usual de displays e informações escolhidas pelo proprietário. Seguindo o Cayenne, o Panamera também adota a inteligente alavanca de câmbio montada no painel, que apareceu pela primeira vez no Taycan e libera uma paisagem considerável no console central.
Durante décadas era possível encomendar um 911 pintado na cor do batom de uma namorada – quantos dentistas recém-divorciados fizeram isso na década de 1990? Mas, agora a Porsche reuniu todos os seus esforços de personalização num único grupo, aplicado em toda a empresa. No recente salão do automóvel de Xangai, a Porsche revelou um Panamera Turbo E-Hybrid que recebeu o tratamento completo.
Entre seus principais concorrentes estão o BMW M8 Gran Coupe e o Mercedes-AMG GT 63 –todos carros excepcionais para o dia a dia.
Desde os dias do Porsche Engineering Bureau e do Dr. Ferdinand, a Porsche só busca programas que rendem dinheiro – nada de projetos vaidosos, nada de pó mágico, nada de perseguir unicórnios. No final das contas, o objetivo da Porsche é vender carros para indivíduos de sucesso e, assim, obter lucro.
Carros elétricos são incríveis, mas a gasolina ainda reinará suprema no futuro próximo.
*Como editor de revistas e profissional de marketing de montadoras, Mark Ewing passou sua vida em torno de carros esportivos e especiais. Twitter: @markewing1941.
(Traduzido por Rodrigo Mora).