O anúncio de Lewis Hamilton na Ferrari para 2025 sacudiu o mundo da F1 antes mesmo da temporada começar. Mas nos bastidores do paddock aqui em Jeddah, na Arábia Saudita, onde Forbes Motors acompanha in loco a segunda etapa de 2024, o grid pode ver mudanças ainda mais impactantes para o ano que vem.
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“A minha movimentação para a Ferrari mostrou que tudo pode ser possível”, brincou Hamilton ao citar a mais nova especulação para 2025: a saída do atual tricampeão do mundo, Max Verstappen, da Red Bull, na estrutura na qual ele sempre esteve ligado na F1, seja em seu time atual, seja na equipe subsidiária (então batizada de Toro Rosso).
Uma mudança radical de um campeão no time que vence todos os últimos Mundiais pareceria estranho até há algumas semanas atrás, mas a Red Bull vem enfrentando uma grave crise fora das pistas, com a denúncia de comportamento inadequado de seu chefe de equipe, Christian Horner.
O caso foi investigado internamente e, faltando poucos dias para o começo do campeonato, ele foi inocentado pelo time. Um e-mail anônimo, no entanto, vazou evidências para jornalistas do mundo inteiro, bem como outros chefes de equipe, causando rumores de que Horner teria sua posição ainda ameaçada na liderança da Red Bull.
A crise parece colocar ele de um lado e, de outro, a ala ligada a Helmut Markko – a quem Verstappen (pai e filho) creditam todo sucesso da Red Bull. Para deixar o cenário ainda mais incerto, ninguém sabe onde estaria o projetista Adrian Newey nesta disputa de poder – afinal, assim como Max, ele também é um dos principais responsáveis pelo sucesso da Red Bull nos últimos anos desenhando carros campeões.
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Mas onde Max encontraria um ambiente mais acolhedor e, ao mesmo tempo, com muito potencial de títulos? Justamente na vaga aberta por Hamilton: Mercedes. Vale lembrar que Toto Wolff considera um de seus “erros” na carreira ter deixado Verstappen “escapar” para a Red Bull quando o então jovem de 16 anos queria um contrato para estrear na F1.
O chefe da Mercedes preferiu esperar, e os Verstappen, não – assinaram com a Red Bull e Max se tornou o mais jovem piloto da história a correr na categoria, e o restante foi história. Vale lembrar que o holandês assinou um contrato com seu atual time que vai até a temporada 2028, um dos mais longos da história da F1. Mas, como todo compromisso, há formas legais de saída para Verstappen e uma delas diz que ele poderia sair caso “Helmut Marko não fizesse parte da Red Bull”.
Também é importante considerar que, com o movimento, Max talvez perdesse a chance de lutar pelo título de 2025, tendo em vista o atual patamar do carro da Mercedes. Mas em 2026 a F1 terá uma revolução em seu regulamento e novas parcerias de montadoras vão embaralhar ainda mais o grid e a ordem dos times.
A Audi já anunciou sua entrada e, no caso da Red Bull, a parceria será com a Ford – que também já demonstrou preocupação com a crise fora das pistas de sua futura parceira.
E foi justamente em uma troca de regulamento que a Mercedes dominou o esporte e ajudou Lewis Hamilton a consolidar-se como o maior piloto de todos os tempos no quesito de estatísticas, igualando os sete títulos de Michael Schumacher, mas superando o alemão em número de vitórias.
Será que Verstappen pensaria em sacrificar uma temporada, já como tetracampeão (ninguém parece duvidar do título deste ano), para alcançar recordes com um novo time?
E neste cenário que parecia impossível alguns meses atrás, a vaga do melhor carro do grid seria aberta e quem sabe justamente Fernando Alonso enfim conseguiria o carro para fechar sua carreira de dois títulos mundiais lutando por mais um, aos 42 anos de idade?
A Red Bull tem diversos pilotos em sua carteira de jovens talentos, mas certamente um líder de equipe faria falta com a saída de Max e Sergio Perez não parece ser esta opção de piloto número 1.
Para os brasileiros, quanto mais movimentações para 2025, melhor. Afinal, Felipe Drugovich como piloto de testes e reserva na Aston Martin pode ser o substituto natural de alguns destes pilotos, bem como Gabriel Bortoleto, ligado a McLaren, e Enzo Fittipaldi, que é atleta Red Bull – ambos vêm se destacado com boas atuações na F2, categoria preliminar da F1.