O princípio de todos os tratamentos na medicina está no diagnóstico, ou seja, conhecer a causa de um problema permite ao médico tratá-lo com mais precisão. Na queda de cabelo não é diferente, o diagnóstico é sempre a base de qualquer tratamento.
Nos homens, essa tarefa é um pouco mais simples, já que mais de 90% das causas de queda de cabelo neles é de origem hereditária, a Alopécia Androgenética. Nestes casos, um derivado do nosso hormônio masculino testosterona, a di-hidrotestosterona (DHT), atua em fios que têm predisposição a cair. Essa predisposição é determinada geneticamente e vai determinar o grau da calvície: se somente nas entradas, se somente na coroa, se em graus maiores. Essa herança genética vem tanto do pai como da mãe, logo, podemos ter uma suspeição de como será o grau de calvície de uma pessoa analisando sua história familiar (pai, tios, avós). Existem vários tratamentos para a queda de cabelos masculina e um dos principais é um medicamento antiandrogênico, que vai exatamente bloquear parcialmente a ação da DHT. Porém, vamos falar dos tratamentos em breve.
Nas mulheres, o panorama é diferente. Uma gama de situações pode levar à queda de cabelos: alterações hormonais, anemia, dieta restritiva, pós-gestação, pós-menopausa, entre várias outras. Portanto, uma avaliação clínico-laboratorial completa, após uma consulta minuciosa com um médico dermatologista, é fundamental antes de se iniciar qualquer tratamento clínico ou mesmo antes de pensar em uma cirurgia de transplante capilar.
Na consulta com o dermatologista, um exame detalhado do couro cabeludo com um equipamento que aumenta de 10 a 100 vezes a imagem do couro cabeludo permite auxiliar no diagnóstico de várias alterações locais, porém exames complementares podem ser solicitados e até biópsia do couro cabeludo em casos mais específicos.
Uma pergunta muito frequente é se o estilo de vida pode aumentar a queda de cabelos. A resposta é sim. Uma rotina muito estressante pode acelerar a queda de fios que já iriam cair no futuro. A falta de cuidados com o couro cabeludo também. Hábitos simples como não dormir com o cabelo molhado, manter uma boa limpeza com produtos específicos, são desejáveis. Dormir bem, fazer atividade física regular e manter uma dieta equilibrada faz toda a diferença.
Algumas alterações mais raras do couro cabeludo podem levar à queda de cabelos e inclusive ser uma contraindicação à cirurgia de transplante capilar, como as alopécias cicatriciais. Nestes casos, o padrão é diferente e mesmo os fios transplantados poderiam cair ou até o trauma cirúrgico piorar a queda.
A conclusão é que antes de pensar em qualquer tipo de tratamento para a queda de cabelos, ter o diagnóstico da sua causa feito por um médico dermatologista é fundamental.
Márcio Crisóstomo é cirurgião plástico formado no Instituto Ivo Pitanguy, especialista em Transplante Capilar nos Estados Unidos pelo American Board of Hair Restoration Surgery, com pós-graduação em Surgical Leadership pela Harvard Medical School.
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