Segundo projeções da Accenture, apenas no mercado de saúde americano a inteligência artificial pode proporcionar economia de US$ 150 bilhões ao ano até 2026 por meio de redução de variabilidade nas cirurgias, automação de processos administrativos e de linhas de cuidado, melhora no processo de diagnóstico e na redução de fraudes e incidentes de segurança. Esse valor representa 3% dos gastos com saúde nos Estados Unidos.
Fabrício Campolina, presidente da J&J MedTech no Brasil, reforça a importância desses números para dimensionar o impacto da IA no ecossistema. O executivo falou à Forbes Brasil sobre como a IA pode trazer mais eficiência e redução de custos. “Assumindo ganhos similares para o Brasil, podemos estimar uma economia anual de R$ 20 bilhões para o setor de saúde por meio de maior produtividade obtida pela aplicação de IA no setor nos próximos anos.”
5 profissões que serão criadas pela Inteligência Artificial:
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Getty Images Engenheiros de machine learning
Algumas profissões surgiram do zero, baseadas em cargos tradicionais em tecnologia que temos hoje. Para que os computadores consigam operar com base em dados e algoritmos, os engenheiros de machine learning (aprendizado de máquina), serão cruciais. Responsáveis pela programação, esses profissionais criam e treinam os modelos computacionais para execução de tarefas específicas.
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picture alliance/Getty Images Designers de prompts para IA
Os designers de prompts para IA são especializados na interação entre humanos e tecnologia. Os prompts são perguntas, instruções e demandas comuns, presentes na comunicação entre o usuário e sistemas como o ChatGPT, por exemplo. O objetivo dessa função é identificar as principais necessidades dos usuários ao interagir com uma inteligência artificial e criar a melhor conversa possível entre máquinas e seres humanos.
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Ser automotivado
Uma das qualidades críticas de um empreendedor de sucesso é ser automotivado. Nesta linha de trabalho, ninguém mais pode responsabilizá-lo por suas tarefas além de você mesmo. Portanto, você deve entender claramente por que deseja se tornar um empreendedor e estar disposto a fazer o trabalho para atingir seus objetivos.
Quem consegue se manter motivado para trabalhar de forma consistente em meio a dúvidas, tentações e críticas alheias, tem mais chances de sucesso nos negócios do que quem só trabalha quando a motivação ou inspiração vem de fontes externas.
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Especialista em ética da IA
Mas as mudanças provocadas pela IA não se restringem ao mercado de trabalho. A discussão sobre regulação, segurança e governança precisa acompanhar o desenvolvimento. Por trás de toda tecnologia, existe uma programação realizada por humanos, com ideais e julgamentos particulares. O profissional de ética em IA será responsável por fazer essa análise, bem como se certificar de que os processos lógicos e programados das máquinas não se sobreponham às questões humanitárias. Advogados vão passar a se especializar em questões jurídicas relacionadas à IA. “Em algum momento, as empresas irão precisar de governança ligada à IA para pensar esses limites”, diz a economista Dora Kaufman, professora da PUC-SP e pesquisadora dos impactos éticos da Inteligência Artificial.
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Curadoria de informações para IA
A curadoria para desenvolvimento da IA também está entre as funções importantes nesse mercado que se abre. É a pessoa que vai pesquisar, analisar e selecionar as informações que a IA terá acesso – inclusive tem implicações sobre discussões sobre ética, inclusão e diversidade nos resultados das buscas. “Esse profissional é responsável pela melhoria contínua das interações dos usuários com as interfaces conversacionais. O trabalho é feito por meio da análise das interações, mapeamento e criação de novos exemplos para o modelo de inteligência artificial, e do acompanhamento dos objetivos de negócio”, diz Bonora.
Engenheiros de machine learning
Algumas profissões surgiram do zero, baseadas em cargos tradicionais em tecnologia que temos hoje. Para que os computadores consigam operar com base em dados e algoritmos, os engenheiros de machine learning (aprendizado de máquina), serão cruciais. Responsáveis pela programação, esses profissionais criam e treinam os modelos computacionais para execução de tarefas específicas.
Forbes Brasil – A área da saúde é uma das mais mencionadas como beneficiadas pela IA generativa. O quanto isso é fato?
Fabrício Campolina – O setor de saúde representa cerca de 10% do PIB mundial e é uma das áreas mais valorizadas por nossa sociedade. Além disso, existe uma demanda crescente por serviços de saúde bem acima da capacidade atual e que é agravada por todas as conhecidas ineficiências do segmento. Portanto, impulsionado pela relevância do setor e pela necessidade de ganho de produtividade, a área de saúde configura uma das maiores oportunidade de transformação pela IA generativa e, naturalmente, tem obtido grande foco.
FB – Pode nos dar uma dimensão desse impacto?
Campolina – Mais importante é o potencial da IA generativa para transformar os resultados dos pacientes. Embora ainda não possamos quantificar, os benefícios podem acelerar o processo de descoberta de novos medicamentos, ajudar os cirurgiões a analisarem os resultados dos procedimentos e capacitar os médicos a conversarem com seus pacientes sobre as melhores opções de tratamento disponíveis.
FB – No caso da J&J MedTech, o que já está em uso e em teste?
Campolina – Globalmente, estamos adotando ciência de dados para ajudar a fornecer um cuidado mais personalizado para pacientes e fornecer eficiência e precisão para médicos e cirurgiões para melhorar os resultados. Um dos principais casos de uso de inteligência artificial com nossos clientes no Brasil tem sido por meio da digitalização de linhas de cuidado cirúrgicas. Os resultados preliminares têm sido promissores. Em uma das linhas de cuidado digitalizadas observamos redução de 67% de complicações no momento pós cirúrgico, com 100% de engajamento dos pacientes à plataforma e um índice de satisfação de NPS de 83. Em outra solução inovadora, a digitalização possibilitou diagnóstico precoce de uma condição cardíaca em dezenas de pacientes que puderam iniciar seu cuidado no momento e da forma adequada.
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FB – Pode dar outros exemplos de tecnologias que revolucionaram esse ecossistema?
Campolina – O uso de dispositivos de realidade virtual para entrada em ambiente de metaverso de centro cirúrgico tem transformado a educação profissional. Nosso J&J Institute tem desenvolvido diversos programas em parcerias com instituições acadêmicas para acelerar a curva de aprendizagem de jovens cirurgiões para procedimentos como cirurgia de joelho e quadril. Cirurgiões de diferentes partes do Brasil podem realizar o mesmo treinamento, na mesma sala cirúrgica, por meio do metaverso. Muito além da realidade virtual, o metaverso faz com que a pessoa acredite que aquilo que está vendo virtualmente é realidade e possa interagir com os demais profissionais de saúde no cenário realista. Isso permite que o cérebro assimile muito mais o conteúdo. Se a mente do cirurgião acredita que aquilo é real e ele repete aquele procedimento muitas e muitas vezes, ao seguir para o campo cirúrgico real, ele já sabe o que está fazendo.
FB – Quais outros impactos você monitora para os próximos anos nessa indústria?
Campolina – Acredito que a visão computacional com IA de borda aplicada à saúde será uma das tendências de destaque nos próximos anos, permitindo identificar e agir rapidamente em situações de queda de idosos e infarto e, ao mesmo tempo, revolucionar o monitoramento em UTIs, Home Care e no momento intra e pós-cirúrgico. Importante destacar que a visão computacional vai além de simplesmente capturar imagens por câmeras e inclui a capacidade de IA de ver objetos através de paredes por ondas de Wi-Fi, enxergar no escuro, ver a temperatura de objetos e monitorar sem contato os sinais vitais chave, como frequência cardíaca, frequência respiratória, pressão arterial, temperatura corporal da pele e saturação de oxigênio (SpO2) por meio de luz RGB e infravermelha.