A tradicional casa de leilões Doyle Nova York realizou, em fevereiro deste ano, um evento para comercializar apenas obras de arte que representassem cachorros. Batizado de “Dogs in Art”, o leilão tinha em seu acervo mais de 40 obras entre pinturas, esculturas e peças decorativas nas quais os cães eram o personagem principal.
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E basta uma pesquisa rápida para descobrir que muitos artistas usaram seus pets caninos como fonte de inspiração, retratando-os ao longo dos anos. Veja, a seguir, algumas obras de arte criadas para eles:
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1. Albrecht Dürer, matemático, físico, botânico, zoólogo, desenhista e pintor profissional alemão do século 16, foi um entre muitos artistas que exploraram a temática animal. Em suas obras, os cães – na maioria das vezes o Cão D’Água português – iam muito além de sua importância como aliado dos homens na caça. Serviam, por exemplo, como mensageiros durante as navegações.
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2. A obra mais cara disponível no leilão da Doyle era o quadro “A Strong Scent” (1899), um óleo sobre tela do pintor britânico Thomas Blinks. A imagem mostra dois cães durante uma atividade de caça. O valor estava estimado entre US$ 15 mil e US$ 30 mil.
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3. A Princesa Vitória Adelaide Maria Luísa (Grã-Bretanha e Irlanda) foi retratada em 1841 pelo inglês Edwin Henry Landseer. Ela tinha apenas oito meses e usava um vestido branco, com fita de cetim rosa, e uma joia ao redor do pescoço, presente de batismo da avó, a Duquesa de Kent. Eos, o cão preferido do Príncipe Albert, um galgo, foi incluído no retrato, encomendado pela Rainha Vitória como um presente de aniversário para o filho.
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4. Edwin Landseer, além de queridinho da realeza, era um especialista em retratar animais, principalmente cães, cavalos e cervos. “A Dog Looking Out of a Kennel”, “King Charles Spaniels”, “Princess Mary and Nelson” e “The Three Dogs” são apenas algumas das obras criadas por ele ao longo de sua carreira de seis décadas.
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5. O óleo sobre tela “A Lady of Distinction”, do pintor belga Thierry Poncelet, também fazia parte do acervo da casa de leilão Doyle Nova York. Foi vendido por US$ 1.750.
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6. A pública e notória paixão do Rei Charles II pelos cães fez com que a família tivesse, em determinado momento, cerca de 80 deles. Foi nessa época – 1660 – que a raça Toy Spaniel ganhou fama a ponto de, anos depois, passar a ser conhecida como Cavalier King Charles Spaniel, numa referência ao monarca. Vários são os retratos do Rei com seus animais, incluindo o primeiro deles, um óleo sobre tela de artista desconhecido, quando tinha apenas quatro meses e meio.
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7. O pintor, escultor, ceramista, cenógrafo, dramaturgo e poeta Pablo Picasso criou uma série inteira para homenagear seu Dachshund Lump. O espanhol fez até uma reinterpretação da obra “As Meninas”, de Velásquez, na qual substituiu o cão do primeiro plano por um de sua raça preferida. Do total de 45 telas que fazem parte desta fase, 15 retratam Lump. Curiosamente, Picasso e Lump morreram em 1973, com uma semana de intervalo entre uma morte e outra.
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8. A pintora americana de ascendência francesa Mary Cassatt – uma das responsáveis pela introdução do impressionismo nos Estados Unidos – retratou muitas mulheres, boa parte delas ainda na infância, com seus cães.
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9. “Billie”, óleo sobre tela de Alfred Wheeler, foi vendido no leilão da Dayle por US$ 938. O pintor britânico tem outras obras que retratam animais, como “Two Fox Terriers” e “A Gundog with a Partridge”.
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10. Uma exposição realizada em 2014 no Blanton Museum of Art na Universidade do Texas mostrou mais de 150 obras de artistas como Albrecht Dürer, William Blake, Francisco Goya e Pablo Picasso, entre outros, que relataram as mudanças de papéis dos cães e gatos ao longo do tempo e nosso constante fascínio por esses animais. No acervo, esculturas egípcias, cerâmicas chinesas e pré-colombianas, manuscritos medievais e renascentistas, e gravuras, livros, fotos e pinturas de vários museus ao redor dos Estados Unidos. Entre as obras expostas estava “Portrait of a Lady with a Dog”, do pintor italiano Marco Benefial.
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11. A artista britânica contemporânea Lucy Dawson, conhecida como Mac, produziu uma série de trabalhos baseados em cães. Ela trabalhava com lápis, caneta, tinta e óleo e ficou muito conhecida por seus retratos em tons pastéis. Lucy foi requisitada pelo Royal Lodge, em Windsor, para retratar Dookie, o cão preferido da família real.
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12. O artista alemão naturalizado britânico Lucian Freud pintava geralmente pessoas que conhecia: amigos, família, amores e crianças. Dizia que “o tema é autobiográfico, tudo sempre tem a ver com esperança, memória, sensualidade e envolvimento”. Muitas vezes inspirou-se em animais e em seu Whippet chamado Pluto. “Fico impressionado com sua falta de arrogância, sua pronta disposição, seu pragmatismo animal”, disse o neto de Sigmund Freud sobre usar os cães como modelos.
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Outra obra do pintor belga Thierry Poncelet, “Chevalier de Saint-Denis”, de 1946, foi leiloada pela Doyle e arrecadou US$ 4.375.
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14. “Madame Chienne” (1946) – também de Thierry Poncelet – foi comprada por US$ 5.625.
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15. O artista brasileiro Nido de Medinaceli é inspirado na tradição da pintura de animais e de seus retratos, especialmente cães. “Procuro retratá-los em sua individualidade e em traços que remetam, sempre que possível, à sua psicologia”, diz.
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16. O desenhista e pintor holandês Rien Poortvliet, morto em 1995 vítima de câncer, ficou muito conhecido por suas obras de animais, incluindo cães, e gnomos. Alguns críticos o consideravam hipócrita, alegando que apesar de retratar a natureza, ele era um caçador fervoroso.
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17. Famosa por pintar principalmente cães e cavalos, a britânica Frances Mabel Hollams (que assinava F. M. Hollams) ficou conhecida pela técnica de pintar sobre painéis de madeira sem fundo, de forma que parte da madeira ficasse visível. O quadro “Corrie” foi vendido no leilão da Doyle por US$ 5.625.
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18. Também disponível no leilão da Doyle – com previsão de arrecadar entre US$ 2 mil e US$ 4 mil – a obra “Grouse Shooting”, do ilustrador e escritor americano Louis, faturou US$ 4.375.
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19. O jovem artista búlgaro Ignat Ignatov, radicado nos Estados Unidos, tem os cães entre seus temas frequentes, em pinturas sempre vivas, cheias de cor, luz, textura e energia.
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20. Entre as obras disponíveis no leilão de Nova York estava “Two Fox Terriers in a Landscape”, do britânico Arthur Wardle, vendida por US$ 4.375.
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21. Importante artista francês, Pierre Auguste Renoir fez parte do impressionismo e destacou-se por suas pinturas, sempre marcadas pela presença de cores fortes e brilhantes, texturas e linhas harmônicas. Embora suas obras mais conhecidas sejam os retratos de pessoas, Renoir também produziu retratos de cães e incluiu alguns deles em outros contextos.
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22. O pintor inglês Charles Barber ficou famoso pelas obras de crianças com seus pets. Foi considerado um dos melhores pintores de animais da Inglaterra e recebeu várias encomendas da Rainha Vitória para retratá-la com seus netos e cães.
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23. As pinturas do inglês John George Brown agradavam mais ao público em geral do que aos críticos, fazendo dele um artista muito popular no final do século 19. Muitas delas incluíram cães, principalmente ao lado de crianças.
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24. Embora as pinturas impressionistas de paisagens do americano Theodore Robinson sejam o motivo de sua fama no século 19, o artista investiu parte de seu tempo em crianças e seus animais de estimação.
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25. O holandês Otto Eerelman ficou conhecido principalmente por suas representações de cães e cavalos.
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26. A imagem de cães jogando poker foi amplamente divulgada em calendários e pôsteres ao redor do mundo. “Poker Game”, a pintura original (um óleo sobre tela), é do americano Cassius “Kash” Coolidge. Foi finalizada em 1894 e vendida por US$ 658 mil em um leilão da Sotheby’s, em Nova York, em novembro do ano passado.
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27. A pintura anterior faz parte de uma série de 16 obras de Cassius “Kash” Coolidge – todas elas retratando cães que agem como humanos. E, apesar do preço conquistado no leilão, “Poker Game” não é o trabalho mais famoso do artista. Sua obra mais conhecida é “A Friend in Need”, que mostra dois buldogues trapaceando num jogo de cartas.
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28. Mas nem só de jogos de azar vivem os cães de Cassius “Kash” Coolidge. Em “Ten Miles To A Garage”, uma família de cães está a caminho de um piquenique de verão quando o carro tem problemas no meio da estrada. Pela placa, é provável que eles estejam na zona rural de Nova York. Os filhotes brincam, enquanto os mais velhos tentam consertar o carro. Um deles aproveita a pausa para fumar um cigarrinho.
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29. Em 1895, a inglesa Lilian Cheviot expôs na Royal Academia, em Londres, sua obra “There’s Many a Slip”. Em 1911, parte de seu trabalho foi incluído no livro “The New Book of the Dog”.
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30. O escocês Samuel Fulton não escolheu a raça na hora de retratar cães: Lulus da Pomerânia, Labradores, Terriers, Cocker Spaniels, Jack Russells e Pugs, entre várias outras, constam em seu legado.
1. Albrecht Dürer, matemático, físico, botânico, zoólogo, desenhista e pintor profissional alemão do século 16, foi um entre muitos artistas que exploraram a temática animal. Em suas obras, os cães – na maioria das vezes o Cão D’Água português – iam muito além de sua importância como aliado dos homens na caça. Serviam, por exemplo, como mensageiros durante as navegações.