
Presidentes, membros da realeza e milhares de pessoas de luto se despediram do papa Francisco neste sábado, em seu funeral, onde um cardeal disse que o legado do pontífice de cuidar de migrantes, oprimidos e do meio ambiente não pode morrer com ele.
De um lado do caixão, na imensa Praça de São Pedro, estava o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que havia entrado em conflito com o papa sobre essas questões.
Do outro lado estavam os cardeais que devem decidir se o sucessor de Francisco deve continuar com sua busca por uma Igreja mais aberta ou ceder aos conservadores que querem retornar a um papado mais tradicional.
“Rico em calor humano e profundamente sensível aos desafios de hoje, o papa Francisco realmente compartilhou as ansiedades, os sofrimentos e as esperanças deste tempo”, disse o cardeal italiano Giovanni Battista Re, que presidiu a missa fúnebre.
O papa argentino, que ocupou o posto por 12 anos, morreu aos 88 anos na segunda-feira após sofrer um derrame.
A multidão, que lotava a praça e as ruas ao redor, irrompeu em aplausos quando Re falou sobre o cuidado de Francisco com imigrantes, seus constantes apelos por paz, a necessidade de negociações para acabar com guerras e a importância do clima.
Eles bateram palmas ruidosamente mais uma vez no final da missa, quando os sediários pontifícios pegaram o caixão e o inclinaram levemente para que mais pessoas pudessem ver, com os sinos da igreja tocando ao fundo.
O caixão foi colocado em um papamóvel aberto e levado pelo coração de Roma até a Basílica de Santa Maria Maggiore, com milhares de pessoas ao longo do caminho.
O papa Francisco, que evitou grande parte da pompa e privilégio do papado durante seus 12 anos à frente da Igreja, pediu para ser enterrado lá em vez da cripta da Basílica de São Pedro, que é o local de descanso tradicional dos papas.
“Obrigada, obrigada, obrigada”, gritou uma mulher na multidão.