
O Papa Francisco fez neste domingo (6) sua primeira aparição pública, desde que recebeu alta hospitalar há duas semanas, entrando na Praça de São Pedro em uma cadeira de rodas, para saudar a multidão que o aplaudiu. Durante mais de cinco semanas de tratamento na mais séria crise de saúde de seus 12 anos de papado, o pontífice de 88 anos tratou uma pneumonia. Ele não era visto pelo público desde 23 de março, quando fez uma breve saudação antes de deixar o hospital Gemelli, em Roma.
O papa, em uma ação não anunciada anteriormente, foi à praça pouco antes do meio-dia, no final da celebração de uma missa para o ano do Jubileu da Igreja Católica. Ao chegar em frente ao altar principal para o serviço sob o Sol forte, Francisco acenou para a multidão antes de falar brevemente. “Feliz domingo para todos”, disse o papa, falando com uma voz frágil enquanto recebia oxigênio por meio de uma pequena mangueira sob o nariz. “Muito obrigado.”
O papa sorriu amplamente ao cumprimentar a multidão. Sua voz, embora fraca, parecia mais forte do que durante a aparição de 23 de março, quando ele teve dificuldades para falar. Francisco geralmente faz uma oração semanal ao meio-dia na Praça de São Pedro, aos domingos. Mas ele não tem conseguido fazer isso desde 9 de fevereiro, antes de ir ao hospital, no dia 14 do mesmo mês. Ele precisou de ajuda médica por conta da evolução de uma bronquite, para uma pneumonia dupla. Trata-se de uma condição especialmente grave para ele, pois teve pleurisia quando jovem e precisou tirar parte de um pulmão.
Segundo o chefe da equipe médica responsável pelos cuidados com o papa, durante a sua permanência de 38 dias no hospital, Francisco chegou tão perto da morte em determinado momento, que seus médicos consideraram a possibilidade de interromper o tratamento para que ele pudesse morrer em paz.
Dois meses de descanso
A missa de domingo fez parte de uma celebração especial em homenagem aos profissionais de saúde e aos doentes. Em uma mensagem, divulgada pelo Vaticano pouco depois do meio-dia, Francisco disse que havia sentido a proximidade de Deus durante seu tempo no hospital. “Peço ao Senhor que esse toque de seu amor possa alcançar todos aqueles que sofrem e encorajar aqueles que estão cuidando deles”, dizia. Não se sabe ao certo com que frequência o papa aparecerá em público nas próximas semanas, já que faltam apenas 14 dias para o domingo de Páscoa.
Os médicos prescreveram a Francisco um período de dois meses de descanso em sua residência no Vaticano, para permitir que seu corpo se recupere, e o Vaticano removeu todos os compromissos anteriores do calendário do papa. No entanto, não foi divulgado se o papa poderá liderar as celebrações da Páscoa, o feriado mais importante do ano cristão, no dia 20 de abril.