No dia 9 de janeiro de 1324, o viajante, mercador e escritor veneziano Marco Polo se preparava para sua jornada final – o além-túmulo que ele, como cristão temente a Deus, tinha certeza existir.
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Então com 70 anos, Polo chamou um padre e um tabelião à sua casa em Veneza para registrar suas palavras em latim em uma pele de carneiro de cerca de 67 por 27 centímetros.
Agora um estudo do testamento, feito por acadêmicos e historiadores ao longo de três anos, proporcionou um novo olhar sobre Marco Polo, além de mais fundamento à ideia muito comum de que ele visitou a China, questionada por alguns historiadores.
A Biblioteca Nacional Marciana de Veneza, que tem a guarda do testamento, copublicou um livro em formato grande que contém uma reprodução do pergaminho do testamento de quase 700 anos, incluindo marcas deixadas pela tosquia do carneiro e manchas de tinta do lado manuscrito.
A obra, intitulada “Ego Marcus Paulo Volo et Ordino” (“Eu, Marco Polo Desejo e Ordeno), foi produzida pela Scrinium, uma editora veneziana, e é direcionada sobretudo a colecionadores, interessados em história e bibliotecas.
“A última ‘transcrição diplomática’ do testamento tem 150 anos”, disse Stefano Della Zana, diretor cultural da Scrinium, referindo-se ao termo usado pelos especialistas que estudam cartas e caligrafias antigas para produzir interpretações modernas. “Isso foi feito com as técnicas científicas mais recentes e padrões acadêmicos de filologia, por isso erros anteriores foram corrigidos”, explicou.