O pré-candidato do PRB à Presidência, Flávio Rocha, defendeu hoje (18) a privatização da Petrobras e, questionado sobre a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, afirmou que o Estado não precisa ter bancos.
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Em entrevista coletiva depois de palestra para investidores em São Paulo, Flávio Rocha, cuja família é dona da rede de varejo Riachuelo e aparece em 1.020º lugar no ranking 2018 dos bilionários do mundo da FORBES, defendeu a redução do Estado e afirmou que a eleição presidencial deste ano será a disputa entre “quem produz contra quem parasita”.
“Sobre privatização, se a Petrobras é eficiente, não precisa do monopólio. Se ela é ineficiente, não merece”, disse Rocha. “Essa história de dizer que a Caixa Econômica é estratégica, pode ser estratégica para o Geddel Vieira Lima, a Petrobras é estratégica para o Zé Dirceu, mas não para o povo brasileiro.”
Indagado diretamente se seria favorável a privatizar a petroleira, ele respondeu: “Sou. Sou a favor.”
“Caso não se viabilize politicamente, ou haja óbices intransponíveis, pelo menos que se garanta o funcionamento do livre mercado”, afirmou, ao criticar todo e qualquer tipo de monopólio.
Rocha defendeu a reforma trabalhista promovida no governo do presidente Michel Temer e, questionado sobre a reforma da previdência, afirmou que o caminho é mudar a estrutura atual para um sistema de capitalização. “O único direito que se perdeu [com a reforma trabalhista] foi o de maus trabalhadores e maus advogados mentirem”, disse o pré-candidato do PRB. “Na previdenciária, o caminho é migrarmos para um sistema de capitalização… É fundamental focar no real problema, que é a aposentadoria do servidor público.”
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Rocha disse que as articulações políticas para sua candidatura têm estado a cargo do presidente do PRB, o ex-ministro Marcos Pereira. Ele também sinalizou que não pretende desistir para compor como vice em outra chapa, e elogiou o também pré-candidato Henrique Meirelles (MDB), afirmando que seria tanto um bom companheiro de chapa como no cargo de ministro da Fazenda. “Eu saí do apogeu da minha vida profissional por falta de ter em quem votar”, disse Rocha, que é evangélico e cujo partido é ligado à Igreja Universal do Reino de Deus.
Apesar das filiações religiosas e de defender o conservadorismo nos costumes, contra o que chamou de “erosão de valores”, o dono da Riachuelo defendeu a laicidade do Estado e disse que seus valores vão muito além dos da igreja.
Disse ainda que não pretende realizar cortes no Bolsa Família, ao mesmo tempo que defendeu que um bom programa social deve ser medido pelo número de pessoas que saem dele, não pelo número de pessoas que entram nele.
Ao negar que as empresas de sua família já tenham sido formalmente acusadas de trabalho análogo à escravidão, Rocha criticou o que chamou de “vazio legislativo” nesta questão. “Existe um vazio legislativo tão grande – acho que até intencional – na definição do que é trabalho escravo”, disse, afirmando que esse cenário permite o abuso nas autuações de fiscais.