O novo presidente da Hypera, Breno Oliveira, disse hoje (27) que a decisão de afastar executivos – anunciada ontem (26) – tem como objetivo atender aos interesses da empresa e dos acionistas e que não houve mudança na composição acionária.
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Ontem, a Hypera, antes conhecida como Hypermarcas, anunciou o afastamento do seu principal acionista, o bilionário João Alves de Queiroz Filho, da presidência do conselho de administração e de Cláudio Bergamo da presidência-executiva da empresa, em meio a investigações envolvendo a delação premiada de um ex-executivo da farmacêutica.
Em teleconferência com analistas após a divulgação dos resultados da empresa referentes ao primeiro trimestre, Oliveira reiterou ainda que a Hypera não está negociando qualquer acordo de leniência.
A Hypera registrou lucro líquido das operações continuadas de R$ 302,2 milhões no primeiro trimestre, alta de 41,6% em relação ao mesmo período do ano passado, refletindo a combinação da expansão do resultado operacional com a redução da taxa efetiva de imposto em decorrência da declaração de juros sobre capital próprio.
O Ebitda (lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização) das operações continuadas somou R$ 362,7 milhões nos três meses encerrados em março, aumento de 24,8% sobre o mesmo intervalo de 2017. Já a margem Ebitda foi de 39,1%, 3,4% acima da verificada um ano antes.
Por volta das 13h30, as ações da Hypera subiam 0,7%, enquanto o Ibovespa tinha variação positiva de 0,2%.
“Com esses resultados, estamos caminhando para nosso guidance de lucro e Ebitda que foram estabelecidos para o ano”, disse Oliveira. “Esperamos continuar entregando nosso resultado de forma consistente nesse novo período que se inicia para a companhia.”
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Em fevereiro, a Hypera informou que espera lucro líquido de operações continuadas de cerca de R$ 1,1 bilhão este ano, praticamente estável sobre 2017. A expectativa para Ebitda na mesma comparação é de cerca de R$ 1,35 bilhão ante R$ 1,23 bilhão do ano passado.
Em relação à capacidade de produção, Oliveira afirmou que a tendência é que a empresa não tenha mais gargalos para atender à demanda este ano.
O novo presidente disse, ainda, que a empresa está revendo o plano anunciado anteriormente, de investir R$ 500 milhões na construção de nova fábrica em Goiás, e que talvez adie ou até reduza esse número.
Ele acrescentou, no entanto, que não há mudança no plano de vender o depósito de distribuição em Goiânia, que deve compensar em parte os recursos investidos na nova fábrica, levantando entre R$ 200 milhões e R$ 250 milhões.
Sem detalhar números, o executivo disse que o segundo trimestre deve ter “bastante lançamento”, principalmente nos segmentos de “consumer health” (medicamentos isentos de prescrição, produtos nutricionais e suplementos vitamínicos) e de produtos prescritos.
O impacto da recente alta do dólar sobre os custos da empresa foi minimizado pelo executivo. Segundo ele, cerca de 25% do custo é indexado ao dólar e a empresa faz hedge de todo valor comprometido em dólar.