Um importante acionista da empresa de alimentos BRF disse hoje (17) que as conversas entre investidores para uma chapa unificada de candidatos para o conselho de administração estagnaram, com uma prolongada disputa pela liderança prejudicando os planos de recuperação da companhia.
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A BRF amarga dois anos de prejuízos e foi um dos alvos da operação Carne Fraca, que resultou no fechamento de fábricas.
Luiz Fernando Furlan, 15º maior acionista da BRF, disse em teleconferência com jornalistas que a empresa precisa de um conselho que trabalhe como equipe e que permita que a companhia avance no preenchimento de importantes posições executivas.
“Brigas por poder destroem valor na companhia”, afirmou Furlan, cuja família fundou a empresa que posteriormente se uniu à rival Perdigão para criar a BRF. “A companhia precisa recuperar sua posição de liderança e retomar o crescimento.”
Furlan disse que hoje há 14 candidatos para 10 assentos no conselho. Esse número pode crescer, já que acionistas podem propor outros nomes até o dia da assembleia programada para 26 de abril, quando o novo conselho será eleito.
Importantes acionistas da BRF, os fundos de pensão Petros e Previ detêm uma fatia combinada de 22%, estão pressionando por substituições no conselho, o que eles veem como crucial para a recuperação da empresa.
Um impasse sobre quem deve compor o novo conselho levou à sugestão de adoção do sistema de voto múltiplo, que permite a votação em candidatos individualmente em vez de uma lista pré-determinada.
Furlan disse que seus esforços de pacificação entre os acionistas dissidentes foram infrutíferos. “Inicialmente as conversas estavam indo bem, mas estagnaram. Eu cheguei à conclusão de que minha intermediação não estava ajudando”, disse em relação às negociações envolvendo Petros, Previ e Península, o veículo de investimento do atual presidente do conselho da BRF, Abilio Diniz.