O crescimento robusto do Uber no Brasil, seu maior mercado fora dos Estados Unidos, deu ao aplicativo uma posição muito mais forte do que tinha nos mercados asiáticos, abandonados recentemente, disse um executivo sênior em visita à América do Sul.
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Em entrevista por telefone à Reuters, Andrew Macdonald, que administra as operações na América Latina, minimizou as perspectivas de uma fusão com a rival brasileira 99, uma subsidiária da Didi Chuxing, que absorveu as operações do Uber na China no final de 2016.
Macdonald também administra as operações do Uber na região Ásia-Pacífico, onde a empresa concordou em vender seus negócios no Sudeste Asiático para a rival Grab, no mês passado.
“Eu acho que a escala das operações no Brasil está em um nível que é diferente daqueles outros mercados, tanto de forma absoluta quanto relativa”, disse Macdonald, quando perguntado se poderia haver uma fusão ou aquisição no Brasil. “Não estamos realmente focados em fusões e aquisições”, disse ele.
Os comentários do executivo sugeriram que o Uber está pronto para ficar e brigar no Brasil e em outros lugares da América Latina, onde tem vantagem sobre os rivais, em vez de fazer outro recuo estratégico.
O presidente-executivo do Uber, Dara Khosrowshahi, que se juntou a Macdonald em visita ao Chile, disse aos funcionários após o acordo com a Grab que ele não tinha planos para outra transação desse tipo.
Na época, a Reuters noticiou que o SoftBank Group, que investiu em uma série de concorrentes, incluindo Uber, Grab e Didi, insistiu que o Uber a se concentrar menos na Ásia e mais em mercados lucrativos como a América Latina.
“A competição é boa para todos”, disse Macdonald quando perguntado sobre a dinâmica com a rival 99. “Acreditamos que a vantagem de escala que estabelecemos no Brasil significa que podemos oferecer os preços mais baixos para os clientes e a melhor economia para motoristas, e fazer de uma maneira que atenda aos interesses econômicos do Uber.”
Depois de uma primeira rodada de expansão focada principalmente nas maiores cidades do Brasil, Macdonald disse que o crescimento no país agora está sendo impulsionado pela força nas cidades secundárias e nas áreas metropolitanas em torno de seus principais mercados. No ano passado, a demanda nessas regiões cresceu mais de duas vezes acima da taxa de crescimento nas grandes cidades.