As vendas de minério de ferro da Vale cresceram 9% entre janeiro e março deste ano, ante o mesmo período de 2017, apesar de uma queda na produção, devido a uma estratégia para elevar suas margens, afirmou hoje (16) a mineradora brasileira.
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A maior produtora e exportadora global de minério de ferro vendeu 71,221 milhões de toneladas nos três primeiros meses do ano. Em relação ao quarto trimestre de 2017, houve uma queda de 10,9% nas vendas.
Ao publicar seus resultados referentes ao período de outubro a dezembro de 2017, a empresa informou que algumas vendas haviam sido postergadas para o primeiro trimestre deste ano, em busca de melhores margens.
A mineradora irá publicar seu balanço financeiro em 25 de abril, após o fechamento do mercado.
A produção de minério de ferro, por sua vez, caiu 4,9% no primeiro trimestre ante o mesmo período de 2017, para 81,95 milhões de toneladas, devido principalmente à decisão de reduzir a produção de produtos de menor qualidade e a chuvas mais intensas que as usuais, segundo a Vale.
Na comparação com o quarto trimestre de 2017, a produção caiu 12,2%.
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Mas diante da estratégia para elevar margens, a empresa destacou que os volumes de venda de minério de ferro e pelotas atingiram um recorde de 84,3 milhões de toneladas para um primeiro trimestre, alta de 6,4 milhões de toneladas ante o mesmo período do ano passado.
“O mix de vendas da Vale melhorou substancialmente ano contra ano, como resultado do ‘ramp up’ de S11D e da decisão de reduzir progressivamente a produção de minério de baixa qualidade”, disse a companhia em seu relatório de produção.
A mina de minério de ferro S11D, da Vale, é a maior da história da companhia e entrou em operação comercial no início do ano passado.
A participação da venda de pelotas, finos de Carajás e minério blendado aumentou para 76% no primeiro trimestre, contra os 67% sobre as vendas totais no mesmo período do ano passado.
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Consequentemente, apontou a Vale, o mix de vendas dos produtos da Vale alavancou o impacto do prêmio de mercado, levando a um aumento na qualidade e prêmio médio do preço “CFR/FOB wmt” realizado, que totalizou US$ 5,2 por tonelada no primeiro trimestre deste ano, ante US$ 2,3 no primeiro trimestre de 2017.
O Sistema Norte, que compreende Carajás e S11D, alcançou um recorde para um primeiro trimestre de 40,6 milhões de toneladas, alta de 4,6 milhões de toneladas ante o mesmo período de 2017 e queda de 6,1 milhões de toneladas em relação ao quarto trimestre.
Já o Sistema Sudeste, que compreende os complexos de Itabira, Minas Centrais e Mariana, produziu 22,2 milhões de toneladas no primeiro trimestre, queda de 6 milhões de toneladas ante o mesmo período do ano passado, como resultado da redução da produção de minas de menor qualidade e do impacto das chuvas.
“Alinhado com o posicionamento da Vale como produtora premium e flexível, a planta de Timbopeba voltou a operar no fim do primeiro trimestre de 2018 e sua produção futura irá melhorar a qualidade dos produtos do Sistema Sudeste”, disse a empresa.
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Níquel e cobre
A produção de níquel da mineradora Vale caiu 17,9% no primeiro trimestre, para 58,6 mil toneladas, como reflexo de um processo que busca maiores retornos e que resultou na redução do ritmo da unidade canadense de Voisey’s Bay para estender a vida da mina, afirmou a companhia.
A maior parte da produção de níquel da Vale, uma das maiores produtoras globais de metal, vem do Canadá, onde a companhia atua ainda em Sudbury e Thompson.
As vendas de níquel da mineradora, por sua vez, somaram 57,9 mil toneladas entre janeiro e março, queda de 19,7% ante o mesmo período do ano passado, refletindo um menor volume de produção.
No caso do cobre, a produção do primeiro trimestre da Vale alcançou 93,3 mil toneladas, uma queda de 13,2% ante o mesmo período do ano passado e um recuo de 17,8% ante o quarto trimestre de 2017, devido a paradas de minas não competitivas e para manutenção.
As vendas de cobre da Vale também caíram nas duas comparações, com um recuo maior, de 20,8%, em relação ao quarto trimestre do ano passado.