As ações da Petrobras fecharam com queda de mais de 14% hoje (28), engatando o oitavo pregão de perdas, com investidores ainda receosos acerca de ingerência governamental na companhia, conforme as negociações para encerrar a greve dos caminhoneiros envolveu também a petroleira de controle estatal.
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Os papéis preferenciais encerraram em queda de 14,6%, para R$ 16,91, menor valor desde 10 de janeiro, enquanto PETROBRAS ON recuou 14,07%, a R$ 19,79, mínima desde 23 de janeiro, com perda de cerca de R$ 40 bilhões em valor de mercado.
Desde o último dia 18, quando começaram os primeiros rumores envolvendo discussão sobre preços de combustíveis, a Petrobras acumulou uma perda de valor de mercado de R$ 127,5 bilhões. Da máxima do ano, alcançada em 16 de maio, a perda alcança R$ 146 bilhões, resultado de oito pregões seguidos de queda.
Após anúncio de medidas pelo governo federal na véspera, a Petrobras informou hoje que manterá por 60 dias uma redução nos preços do diesel rodoviário e que, depois desse prazo, os reajustes do combustível passarão a ser mensais, e não mais até diários como ditava a política da companhia em vigor.
A empresa disse que será ressarcida pela União pela redução adicional – além da já anunciada na semana passada – e que isso não incorrerá em prejuízo. “O fato de que a viabilidade da política de preços da Petrobras depende da concessão de subsídios ainda deve levar a questionamentos no mercado”, escreveu a equipe de estratégia e análise da XP Investimentos em relatório a clientes. “Ainda restam dúvidas sobre como será a forma de pagamento do reembolso pelo governo (e como isso impactará resultados), e qual o nível de prêmio e margens de refino que a empresa conseguirá manter quando retomar os reajustes de diesel após 60 dias.”
Uma fonte próxima à estratégia da Petrobras disse à Reuters que a companhia quer receber antecipadamente os recursos referentes ao congelamento do diesel por 60 dias anunciado por Temer, até para que não haja uma má sinalização para o mercado, que já penalizou duramente suas ações.
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Analistas da UBS também afirmaram enxergar como “muito negativa” a mudança na política de precificação diária da Petrobras, “já que o envolvimento do governo na política reduz o interesse de potenciais investidores nos ativos de refino da empresa, uma vez que eles poderiam perder a visibilidade da lucratividade desses ativos”.
Em nota a clientes, a equipe da UBS também ponderou que a mudança na política de preços poderia levar a alterações na gestão da empresa.
Estrategistas do Itaú BBA excluíram as ações PN de sua ‘Buy List’ para o Brasil, de acordo com relatório distribuído a clientes hoje.