Tranças pretas, um vestido mexicano colorido e inconfundíveis sobrancelhas que se unem.
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Sessenta e três anos após sua morte, a artista mexicana Frida Kahlo alcançou um nível de fama que jamais conheceu em vida – com sua imagem estampada em canecas, camisetas, chaveiros e até roupas íntimas.
Entretanto, estudiosos e descendentes da pintora lamentam que ela tenha sido reduzida a uma série de características físicas marcantes que, muitas vezes, ofuscam seu trabalho.
O debate se intensificou quando a fabricante de brinquedos Mattel lançou uma Barbie com a imagem de Frida apesar de protestos de sua família. A boneca e outras mercadorias não capturam o legado complexo de Frida como ícone feminista, deficiente física que canalizou sua dor na arte, comunista ardorosa e inspiração para a comunidade LGBT, dizem estudiosos.
“Frida Kahlo não é um produto ou uma marca… Não é uma boneca”, disse a fotógrafa Cristina Kahlo, sobrinha-neta da artista. “Para nós, é importante manter sua imagem como a pintora que ela era.”
Neste mês um novo projeto planeja devolver o foco das atenções a sua arte. O Google, trabalhando em colaboração com a família de Frida, dedicou uma parte de seu aplicativo Arts and Culture à vida e obra da artista.
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O gigante de buscas se associou a 33 museus para digitalizar os quadros mais famosos de Frida e expor novas obras ao público. O aplicativo também conta com raras cartas, trechos de diário e esboços, além de uma turnê virtual de sua famosa casa azul.
A família Kahlo teve um papel ativo no projeto. A artista norte-americana Alexa Meade e a música mexicana Ely Guerra colaboraram em uma peça de “arte viva” em homenagem a Frida, trabalhando sob a orientação de sua sobrinha-neta.
“Estes projetos, que estão relacionados a Frida de um ponto de vista cultural, difundindo sua pintura, obras e história, são projetos dos quais gosto e nos quais me sinto à vontade em participar”, disse Cristina Kahlo.