A Xerox, que está travando uma disputa contra a desaprovação de acionistas sobre seu acordo de US$ 6,1 bilhões com a Fujifilm, informou ontem (2) uma queda de 42,5% no lucro trimestral, em parte devido a um custo ligado ao negócio com a empresa japonesa.
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Na terça-feira (1), a Xerox disse que seu presidente-executivo e a maior parte do conselho de administração estavam se demitindo para acertar um processo dos acionistas Carl Icahn e Darwin Deason, abrindo caminho para que a nova administração reconsidere o acordo contencioso com a Fujifilm.
Na véspera, a empresa havia dito que não forneceria uma previsão para 2018 devido ao acordo pendente de nomeação e indicação com Icahn e Deason.
A companhia teria reafirmado sua projeção para o ano para receita, margem operacional ajustada, fluxo de caixa e lucro ajustado por ação, no curso normal dos negócios, disse a empresa em comunicado. A Xerox também cancelou uma teleconferência pós resultados com analistas.
O lucro líquido atribuível à empresa caiu para US$ 23 milhões, ou US$ 0,08 por ação, no trimestre encerrado em março, ante US$ 40 milhões, ou US$ 0,14 por ação um ano antes.
A empresa registrou lucro ajustado de US$ 0,68 por ação, abaixo da estimativa média de analistas, de US$ 0,73 por ação, de acordo com a Thomson Reuters I/B/E/S.
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A receita total ficou praticamente estável, em US$ 2,44 bilhões, ante expectativa de analistas de US$ 2,41 bilhões.
Icahn e Deason, que juntos detém 15% da Xerox, ganharam uma rara ordem judicial para bloquear temporariamente o acordo com a Fujifilm, que, segundo eles, desvalorizou a companhia norte-americana.
Separadamente, a Fujifilm apresentou ontem uma objeção a um juiz da Suprema Corte dos Estados Unidos sobre o acordo da Xerox com Icahn e Deason, criticando a forma como a empresa lidou com o processo e disse que não seguiu o procedimento adequado para mudar o controle do conselho.